O Clube Recreativo e Cultural 1º de Maio de Figueiró nasceu de um grupo de jovens “teimosos e irreverentes” que, há exatamente 50 anos atrás, ainda durante o Estado Novo, desafiaram as “mentalidades fechadas” na freguesia e criaram uma biblioteca.
Contudo, ao longo deste meio século de existência, a sua essência passou dos livros e da revolução cultural para a lama do campo e o furor do futebol. Atualmente a disputar a primeira série da 2ª Divisão da Associação de Futebol do Porto, o C.R.C. 1º de Maio foi responsável pela formação de centenas de jogadores e treinadores.
“O clube ganhou uma maior perceção, mas afunilou-se no futebol”
O IMEDIATO esteve à conversa com Álvaro Neto, um dos fundadores do clube, que contou como tudo começou: um grupo de jovens “irreverentes e teimosos” que, numa freguesia onde “havia um medo e um atraso cultural enorme”, decidiu criar uma biblioteca para colocar a cultura disponível para todos.
Ainda na época do Estado Novo, o grupo entrou em problemas por quebrar preconceitos, nomeadamente ao incluir mulheres nas atividades e recorreu a métodos inovadores para “conquistar o coração” dos figueiroenses.
Pouco a pouco, o C.R.C. 1º de Maio foi abrindo portas ao desporto, que foi conquistando cada vez mais relevância. A icónica biblioteca ababou por ser encerrada por “fraca utilização” e o clube, ainda que tenha ganhado uma maior perceção na comunidade, “afunilou-se no futebol”.
Saiba mais sobre o início do C.R.C 1º de Maio da perspetiva de um dos seus “pais” , Álvaro Neto.
“Comemorar agora os 50 anos do clube é um misto de sensações”
Para Pedro Silva, atual presidente do C.R.C. 1º de Maio, a comemoração dos 50 anos do clube é um “misto de sensações”, porque, ainda que seja um marco histórico que “apenas se vive uma vez”, surgiu num período de pandemia que levou ao cancelamento de todos os planos.
Ao IMEDIATO, o presidente do clube contou que a pandemia apanhou todos “de um dia para o outro” e que agora o objetivo é preparar a próxima época para “entrar em força”. Veja a entrevista:
