O filme “Pecado Fatal”, gravado quase totalmente em Paços de Ferreira, alcançou recentemente a marca das três milhões de visualizações no YouTube. Para o realizador, Luís Diogo, o sucesso desta versão ilegal do filme é “inesperado” e prova que este “tinha potencial comercial”.
Estreou-se nos cinemas em 2013, mas foi sete anos que se tornou o filme português mais visto no Youtube, com mais de três milhões de visualizações. O IMEDIATO esteve à conversa com Luís Diogo, realizador de “Pecado Fatal”.
“Este sucesso é algo inesperado e uma prova de que o filme tinha potencial comercial. Infelizmente quando estreou em salas não teve apoios à estreia e não havia dinheiro para publicidade. Os atores também não eram conhecidos por isso o filme passou em poucas salas e em horários desfavoráveis”, confessou o realizador.
Com esta época de isolamento em que o mundo vive, o número de visualizações tem vindo a duplicar, sendo que diariamente soma cerca de 6.000 espetadores. Contas feitas, a cada 15 minutos alguém assiste o filme.
Luís Diogo, que ensina Educação Visual na EB-23 de Frazão, afirma que começou a perceber que os espetadores estrangeiros gostavam do filme quando este começou a ser exibido nos voos da TAP.
“Uma espectadora brasileira contactou-me porque perdeu os últimos 10 minutos do filme na viagem para o Brasil, e perguntou-me se o filme estava em exibição em Portugal, porque nesse caso viria a Portugal de propósito para o ver”, disse ao IMEDIATO.
Contudo, Luís Diogo reforça que o filme foi vendido a uma empresa americana em 2014, sendo que a versão que bate recordes no YouTube é ilegal.
“Não fui eu que postei o filme no YouTube, nem podia. Mas cabe à empresa que o comprou, e não a mim, vigiar isso. Eu pelo meu lado gosto que o filme aí esteja porque permite ser mais visto”, confessou ao IMEDIATO.
“Com as salas de cinema fechadas, o cinema vai atravessar grandes dificuldades”
Ainda que o confinamento social tenha feito aumentar ainda mais as visualizações de filmes e de séries, para Luís Diogo também há outro lado da mesma moeda.
“Penso que o cinema em casa e as séries de televisão estão a ter um público bastante mais alargado agora porque são das poucas coisas que não têm referência ao vírus. Infelizmente com as salas de cinema fechadas, o cinema vai atravessar grandes dificuldades, muitas salas não vão reabrir”, contou.
O realizador espera que o cinema consiga voltar às salas, que considera ser “o seu verdadeiro lugar”.
“A ideia de fazer um filme que não passe pelas salas não me agrada de todo. Para dizer a verdade, prefiro fazer um filme que tenham 100 mil espectadores nas salas de cinema, que três milhões no YouTube”, rematou.