Febres altas, manchas na pele e canjas de galinha.
Ter Sarampo era uma etapa obrigatória da infância em Portugal. Com a introdução da vacina no Programa Nacional de Vacinação em 1974, a experiência de ficar de cama com panos vermelhos pendurados na janela deixou de ser universal e, em 2015, Portugal obteve o estatuto de eliminação do Sarampo pela Organização Mundial da Saúde.
Mas se o Sarampo está eliminado como é que volta a aparecer nas notícias?
Uma doença diz-se eliminada quando deixa de haver transmissão contínua na comunidade. No entanto, podem surgir casos ocasionais da doença, nomeadamente através do contacto com o vírus em viagens internacionais ou com pessoas vindas de países com o vírus em circulação.
Foi o caso da criança diagnosticada com Sarampo em Lisboa, no passado dia 10 de janeiro, que terá importado o vírus do Reino Unido, onde há um surto ativo.
Tal como Portugal, o Reino Unido já teve o estatuto de eliminação do sarampo mas, com a diminuição da adesão às vacinas, a população deixou de estar protegida, o vírus encontrou espaço para se espalhar e casos importados ocasionais transformaram-se em surtos com centenas de casos.
O Sarampo é uma das doenças virais mais contagiosas que existem, por isso, para evitarmos a reintrodução e a propagação da doença, qualquer caso é considerado uma emergência. Entre 10 de janeiro e 6 de fevereiro de 2024, foram confirmados 7 casos de sarampo no país…
É importante relembrar que o Sarampo continua a ser uma das principais causas de morte infantil no mundo, apesar de haver uma vacina segura e eficaz disponível. Embora seja particularmente perigoso para crianças pequenas, os adultos também podem sofrer complicações graves, como pneumonia e encefalite (uma inflamação do cérebro).
Para se proteger – a si, aos seus e aos outros – verifique o seu estado vacinal, e garanta que as suas crianças têm as vacinas atualizadas.
Os sintomas iniciais da doença assemelham-se a uma gripe: febre, tosse e espirros; depois, surgem as manchas vermelhas na pele – nesse momento, antes de sair de casa, contacte a Linha SNS 24 (808 24 24 24).
Com este contributo vamos conseguir manter os panos vermelhos (e a mortalidade infantil) onde pertencem: nas histórias de antigamente.