Mais um inverno, mais uma época gripal.
Com o ar frio e seco a enfraquecer as defesas do nosso sistema respiratório, a facilitar a sobrevivência de alguns vírus e a motivar o convívio em espaços fechados (e quentinhos!), os meses de inverno têm as condições ideais para o aumento das infecções respiratórias.
Este ano, a maioria destas infecções estão a ser provocadas pelo vírus Influenza – o vírus da gripe.
Mas a gripe não é toda igual: temos o Influenza do tipo A, B e C, e cada tipo com os seus subtipos e variantes. Na época passada a maioria dos casos de doença respiratória foram positivos para gripe A, do subtipo H3N2, este ano o cenário repete-se mas com outro subtipo – o H1N1.
Ouvir falar de gripe A e H1N1 acorda algumas memórias – é a mesma gripe A da pandemia de 2009? É a gripe das aves?
Em 2005 soavam os alarmes na comunicação social: um vírus H5N1 provocava a morte de milhares de aves pelo mundo. Apesar deste vírus de gripe A afetar principalmente aves, e não ter a capacidade de se transmitir de pessoa para pessoa, existia já a confirmação de casos em humanos e a Organização Mundial da Saúde (OMS) alertava os países para a ameaça de uma pandemia de gripe das aves.
Enquanto nos preparávamos para a emergência da gripe das aves surgiu uma nova variante H1N1. As novas variantes, ou estirpes, aparecem quando os vírus trocam genes entre si. Esta nova estirpe de H1N1 nasceu da combinação de gripe humana, aviária e suína e, em 2009, a OMS declarou situação de pandemia de gripe A – a gripe suína.
Falamos em pandemia quando há propagação de uma doença infecciosa por vários continentes, geralmente provocada por uma nova estirpe para a qual a população não tem imunidade. Com a exposição contínua os níveis de imunidade aumentam e o risco de transmissão e a gravidade da doença diminuem – evoluímos de uma situação pandémica para uma endémica, ou sazonal.
É o caso da variante H1N1, responsável pela pandemia de 2009, que continua em circulação e faz parte das variantes responsáveis pela gripe sazonal. A vacina contra a gripe inclui esta estirpe de H1N1 e é uma ótima medida de prevenção contra formas graves da doença.
Mesmo cansados de máscaras, não devemos esquecer que a etiqueta respiratória, a restrição de contactos com pessoas sintomáticas e a renovação do ar no interior das casas são formas simples de protegermos os nossos e os outros.
Na generalidade, os sintomas de gripe são ligeiros e resolvem sem intervenção médica. Em situações de dúvida deverá entrar em contato com a linha SNS 24, que garante o aconselhamento e encaminhamento em caso de necessidade, evitando assim uma visita desnecessária às filas de espera das urgências.