Calhou que estamos vivos nesta era tão particular do Mundo! Se isso é uma sorte ou azar, é uma questão difícil de responder. Certo, certo é que vivemos numa época que marcará a História e não apenas pela questão da pandemia.
Se por um lado temos quase tudo, criticamos outro tanto e exigimos muito mais. Se uns tentam lutar pela igualdade e não discriminação, outros há que tentam fazer regredir os grandes ganhos que temos vindo a construir desde a Segunda Guerra Mundial.
A História tem esse condão, de fazer permanecer na memória o caminho que foi percorrido pela espécie. Sem a História, seria como se a Humanidade tivesse Doença de Alzheimer. Seria como perder as bases que sustentam o progresso, teria que senaprender tudo de novo, com os custos sociais e económicos que conseguimos imaginar.
As revoluções são estes momentos na História onde há um embate entre conceitos já desatualizados, mas em vigor e novos paradigmas científicos, tentando não destruir a memória do que foi, para que não nos esqueçamos também do que nos levou a fazer essas mudanças. Caso contrário, em pouco tempo, estaríamos novamente às turras, sem saber porque quisemos transformar tanto assim.
Vejamos o caso português! Ainda nem cinquenta anos passaram desde o Dia da Liberdade e parece que já há quem queira para lá voltar. Não sei se o problema é do sistema educativo, do sistema legislativo, dos interesses (individuais) subliminares, mas aposto que a ser, será um misto disto tudo e algo mais, que o âmbito desta coluna não permite alcançar.
Uma sociedade que é só direitos, paternalista, muitas vezes não com ânsia de igualdade, mas antes de controlo, é mais perigosa que uma sociedade onde cada um dos seus elementos – os cidadãos – estão dotados dos direitos, mas também dos deveres. Quem cumpre deveres também tem o direito de exigir, ao passo que se tudo me é dado, lá terei eu que aceitar e, como se diz na minha terra, nem podes arrebitar cabelo!
Portanto, feitas as contas, e não me esquecendo da História, não quero voltar para o que foi nem tão pouco quero viver no que vivo, quero mais, porque esse é um direito de quem cumpre o ser dever, o de exigir da História e daqueles que a escrevem, não a revolução, mas a correta e já atrasada, evolução.