Depois de anos na última carruagem, o país olha agora para a ferrovia como um dos principais motores da locomotiva portuguesa, tendo apresentado o Plano Ferroviário Nacional, que representa uma mudança histórica de paradigma na mobilidade e na economia nacional e local.
Propondo-se a definir as prioridades para o setor transversais ao país, este instrumento culminará na proposta de lei a aprovar na Assembleia da República, no espaço de um ano, um sinal revelador de que este Governo não quer perder tempo e está convicto da opção de reverter anos e anos de desinvestimento na ferrovia.
Esta é, assumidamente, uma boa notícia para o Vale do Sousa, que vê finalmente ao fundo do túnel uma nova oportunidade de qualificar a mobilidade no seu território, inexplicavelmente esquecida, através da intenção de concretizar a nova linha ferroviária, que ligará Felgueiras à Área Metropolitana do Porto, passando por Lousada, Paredes, Paços de Ferreira e Valongo.
Hoje é consensual que Portugal não conseguirá crescer à mesma velocidade em todo o espaço territorial sem uma verdadeira estratégia para a mobilidade integrada, que proporcione a coesão territorial, do ponto de vista das pessoas, mas também do desenvolvimento económico.
É, por isso, mais um fator da esperança que se deposita neste plano, o investimento nas infraestruturas para o transporte de mercadorias por recurso à ferrovia, contribuindo para a maior competitividade das empresas e da indústria da região, que estará mais próxima dos principais centros de distribuição, com evidentes ganhos na cadeia logística e a nível ambiental.
A ligação com os portos nacionais sairá também favorecida, o que para o tecido empresarial e industrial e para a economia nacional e regional é de significativa importância, prevendo-se o estímulo da atividade económica dos diversos setores, bem como a captação de novas áreas industriais fora dos grandes centros urbanos, funcionando como uma nova alavanca para o interior do país.
Um trajeto que pretende reduzir assimetrias, aproximando Portugal de norte a sul e (re)posionando-o no quadro europeu, o que fará o país crescer sobre carris e, como todos pretendemos, a alta velocidade.
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