No passado dia 29 de agosto, foi inaugurado o “Ponto C – Cultura e Criatividade”, um novo polo cultural que Penafiel ganha, na sua contínua aposta num desenvolvimento sustentado amparado nos valores da cultura, da preservação do património, tradições e intervenção artística, seja de cariz mais popular ou mais erudito, passado, contemporâneo ou futurista.
Tem sido assim na disponibilização de equipamentos culturais no passado recente – como a Biblioteca e o Museu, lembrados na inauguração -, mas sobretudo na dinamização de políticas de recuperação e fruição de património – como Quintandona e Rota do Românico, ou de iniciativas de cariz imaterial, mas impactante – como Escritaria -, que embora certamente por lapso não lembradas na inauguração, todos intuem como catalisadores do papel que Penafiel vem atuando, neste domínio.
Assim, todos aguardamos com expetativa a abertura ao público do Ponto C, no final do corrente mês de setembro, e ainda as atividades e eventos culturais que a seguir ali se sedearão, como a próxima Escritaria, com um cartaz que certamente ali atrairá muita gente.
Por isso, mais do que perceções à volta do que a letra C pode inspirar – e são excelentes, as de Cultura e Criatividade, como Campo e Cidade -, importa focar na oportunidade que, como então bem lembrado, este equipamento pode abrir para a cidade.
Importa lembrar que a zona de Puços ou Encosta do Cavalum vinha, ao longo dos tempos, estado mais escondida da cidade e dos seus habitantes, até que, em boa hora, ali se começaram a centrar e dinamizar as atividades relevantes do São Martinho, em Penafiel.
Por isso, o futuro traz enormes desafios à cidade e aos seus responsáveis: concretizar as expetativas que, no domínio das artes e da cultura, se abrem com este novo equipamento, mas sobretudo ampliar a cidade com uma nova polaridade urbana mais sensível, que se mostre equilibrada, harmoniosa, ecológica, ambientalmente sustentável, justa, sem barreiras arquitetónicas e com boa mobilidade.
No momento, importa felicitar o Município de Penafiel para mais este passo fundamental na sua afirmação de território que encontra nos valores da cultura, do património e das artes um fator estrutural do desenvolvimento, pois são, afinal, estes pilares que compõem a nossa essência enquanto comunidade.
Todos conhecemos, ainda que em outros tempos e outras mentalidades, a mítica resposta de Winston Churchill a um membro do seu Governo, em plena II Guerra Mundial, quando questionado sobre se seria preciso reduzir verbas da Cultura face ao imparável reforço financeiro militar: “Evidentemente que não! Então para que serviria travarmos esta guerra?“