Há um ano, foram anunciados oficialmente os primeiros casos de covid-19 em território nacional. A palavra “pandemia” passou, poucos dias depois, a fazer parte do quotidiano – e a dominar notícias, conversas e pensamentos.
A 2 de março de 2020, foram anunciados os dois primeiros casos positivos de covid-19 no país: um médico de 60 anos que exercia funções no Hospital Padre Américo, em Penafiel, e tinha estado de férias em Itália, bem como um homem de 33 anos, que regressou de Valência, Espanha. Ambos ficaram internados.
Um ano volvido, mais 805.645 cidadãos contraíram covid-19, 326.542 deles no Norte do país (aproximadamente 40%), de acordo com dados da Direção Geral da Saúde. Desses, 723.465 recuperaram, mas lamentam-se 16.389 óbitos desde março, um em cada três ocorridos na região nortenha.
Na terça-feira, a ministra da Saúde, Marta Temido, fez um balanço do último ano durante uma visita ao Hospital Curry Cabral, em Lisboa, confessando que “foram meses muito difíceis” desde o aparecimento dos primeiros casos positivos.
“Hoje, quando olhamos para trás, quase que sorrimos com algumas das nossas primeiras inocências perante uma doença nova que veio alterar tão radicalmente a nossa vida”, admitiu a ministra da Saúde.
Ainda que o panorama pandémico tenha vindo a melhorar, verificando-se uma redução no número de novos casos positivos, internamentos e óbitos diários, Marta Temido recusou falar em desconfinamento, nomeadamente no regresso do ensino presencial, afirmando que “não estamos ainda em condições”.
No CHTS já estiveram internados 2.400 doentes com covid-19
Desde março de 2020, já estiveram internados no Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa (CHTS) cerca de 2.400 doentes infetados com covid-19, 190 dos quais na unidade de cuidados intensivos.
A situação mais crítica no centro hospitalar ocorreu entre o final de outubro e o início de novembro do ano passado, quando o Vale do Sousa se encontrava “no centro do furacão” da pandemia, e se registavam centenas de novos casos positivos diariamente.
Com poucos profissionais e uma grande afluência ao serviço de urgência devido ao aumento do número de infetados, viveram-se no hospital momentos de grande angústia e desânimo.
O Hospital Padre Américo tinha, na altura, 78 camas dedicadas para doentes covid-19, mas chegou a ter dias com mais de 200 internamentos – com um pico de 235.
Contudo, atualmente a situação é mais “branda” no CHTS. Esta terça-feira, contavam-se 27 internamentos de doentes infetados com covid-19, três deles em cuidados intensivos, apurou o IMEDIATO junto do centro hospitalar.
O CHTS tem vindo a apoiar outros hospitais mais fustigados pela covid-19 durante esta terceira fase da pandemia. Ainda na sexta-feira passada, foram encaminhados dois doentes com covid-19 do Hospital de Braga para a unidade de cuidados intensivos.
No total, já foram recebidos no centro hospitalar cerca de uma dúzia de doentes de hospitais da zona de Lisboa, Loures, Almada, Aveiro e Santo Tirso.