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Os serviços de Urgência da Unidade Local de Saúde do Tâmega e Sousa (ULSTS) realizaram um estudo que permitiu, realizar diagnóstico em utentes com suspeitas de traumatismo cranioencefálico, através de uma análise ao sangue, evitando o recurso à TAC e permitindo diagnosticar traumas de forma menos invasiva, mais rápida e menos dispendiosa.

O estudo foi desenvolvido entre maio e agosto de 2024 e envolveu mais de 300 utentes com suspeitas de diagnóstico de traumatismo cranioencefálico e consistiu na realização de análises sanguíneas para avaliar a presença ou ausência de biomarcadores indicativos da presença de lesão. “Os resultados foram promissores e abrem caminho a um diagnóstico de trauma mais rápido, menos invasivo e com custos mais acessíveis”, refere a ULSTS, explicando que “os estudos de triagem realizados no Serviço de Urgência Médico-Cirúrgica da ULSTS incluíram utentes admitidos no serviço com TCE ligeiros, com menos de 12 horas de evolução e com indicação para realização da chamada “TAC” cerebral, clinicamente denominada Tomografia Computorizada (TC)”.

Através dos testes laboratoriais, “o estudo permitiu perceber que doentes apresentavam um resultado positivo da presença de biomarcadores potencialmente indicativos de traumatismo. Se o resultado fosse positivo, os utentes eram encaminhados para realização de TC. Caso contrário, não teriam necessidade de um exame complementar de diagnóstico, dado que a ausência dos biomarcadores permitia excluir o diagnóstico de TCE”.

Os resultados foram “promissores” e permitem avançar para novos estudos, com o objetivo de se padronizar este tipo de diagnóstico no futuro nos serviços de urgência hospitalares.

Segundo os autores do estudo, este despiste laboratorial “permite submeter menos doentes a TC, sendo um procedimento menos invasivo e por isso mais confortável” e pode reduzir a realização de tomografias computorizadas cerebrais na ordem dos 23%. Além disso, permitiria reduzir os custos associados à realização deste exame, assim como os tempos de espera que o doente passa na urgência.

Dos utentes que participaram no estudo, 57,6% tinham mais de 70 anos, sendo 53,4% do sexo feminino. Destes, 83,4% recorreu ao serviço de urgência no contexto de queda. 4,6% foram diagnosticados com algum tipo de lesão intracraniana, nomeadamente hemorragia, contusão ou fratura.

“Nestes casos, podemos perceber a importância da medicina laboratorial e a forma como esta valência, integrada com outras especialidades clínicas, pode ser extremamente útil” – Anunciação Ruivo, Diretora do Serviço de Imunohemoterapia

Este estudo mostra a possibilidade de mudança de paradigma no diagnóstico de traumatismo de crânio. Permite com uma análise sanguínea, de forma rápida e muito segura evitar a realização exames com radiação que têm efeitos secundários quando realizados de forma repetida” – Carla Freitas, Diretora do Serviço de Urgência

“Para a ULSTS é muito gratificante ver os seus profissionais envolvidos em projetos de investigação que visam melhorar os cuidados aos doentes, mas também caminhar no sentido da eficiência e segurança dos tratamentos. Este, como outros, são prova da vitalidade da organização e da qualidade dos seus profissionais” – Nelson Pereira, Diretor Clínico dos cuidados de saúde hospitalares

“Por não ser uma Unidade Local de Saúde central, não é por isso que deixamos de contribuir para imprimir mudanças que podem ter impacto em todo o Serviço Nacional de Saúde. Esta estrutura tem profissionais extremamente competentes e com um tremendo potencial de inovação”, Henrique Capelas Presidente do Conselho de Administração

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