A pouco mais de um ano das eleições autárquicas de 2025, os partidos políticos dos concelhos da região do Vale do Sousa começam já a preparar o próximo ato eleitoral, ato este que vai contar com novos rostos, nas Câmaras Municipais e nas Juntas de Freguesia, isto porque vários dos autarcas em exercício nos municípios estão impedidos de avançar devido à limitação de mandatos. De Lousada, Paredes, Paços de Ferreira e Penafiel, apenas Alexandre Almeida, presidente da Câmara Municipal de Paredes, se poderá recandidatar a mais um mandato. Lousada, Paços de Ferreira e Penafiel terão nos líderes, já que os presidentes em exercício estão impedidos de o fazer devido à limitação de mandatos. No que concerne às juntas de freguesia, os quatro concelhos têm um total de 73 freguesias e 27 dos presidentes de junta estão também de saída, por já terem cumprido três mandatos em frente aos destinos das freguesias.
Nos concelhos da região do Vale do Sousa – Lousada, Paredes, Paços de Ferreira e Penafiel – apenas Alexandre Almeida, presidente da Câmara de Paredes, eleito pelo Partido Socialista (PS), pode concorrer a um novo mandato e nada indica que não o venha a fazer. Os socialistas Pedro Machado, em Lousada e Humberto Brito, em Paços de Ferreira e o social-democrata Antonino de Sousa, em Penafiel, cumpriram já os três mandatos em frente aos destinos das autarquias e não se poderão recandidatar. Novos líderes serão escolhidos e só em Paços de Ferreira a sucessão foi assumida publicamente e Humberto Brito já apontou o seu vice-presidente Paulo Ferreira, como o seu sucessor.
Em Lousada e Penafiel, não há nomes ainda anunciados, mas tudo indica que no concelho lousadense Pedro Machado venha a ter como candidato pelo Partido Socialista o seu vereador Nélson Oliveira. Em Penafiel, depois de uma disputa pela concelhia entre Antonino de Sousa e Alberto Santos, tudo indica que o ex-autarca Alberto Santos, que foi eleito presidente do Partido Social-Democrata (PSD) local, possa regressar e assumir nova candidatura à Câmara Municipal de Penafiel.
As eleições para as Comissões Políticas concelhias foram o primeiro momento a dar nota das movimentações políticas das estruturas partidárias da região para a escolha dos candidatos às autárquicas de 2025.
Em Lousada, Pedro Machado, que está de saída da Câmara Municipal, saiu também da Comissão Política concelhia do Partido Socialista, abrindo a porta aquele que é apontado como o seu sucessor para assumir uma candidatura à autarquia em 2025 – Nélson Oliveira.
Leonel Vieira, que já foi três vezes candidato à Câmara Municipal pelo Partido Social-Democrata, está à frente da concelhia e já tornou público que está a trabalhar com o foco nas eleições autárquicas de 2025. Simão Ribeiro foi o candidato do partido em 2021, mas ao que o Jornal IMEDIATO apurou, não deverá repetir o feito já que Leonel Vieira pretende regressar e ser novamente candidato à Câmara Municipal de Lousada, numa altura em que o principal partido da oposição que está no poder, se encontra em fim de ciclo.
Em Paredes, Alexandre Almeida foi o candidato à Comissão Política concelhia do Partido Socialista, sucedendo assim a José Carlos Barbosa na liderança da estrutura.
Do lado do Partido Social-Democrata, Ricardo Sousa lidera a concelhia até setembro, mas terá que sair também por força da limitação de mandatos, e começam já ser feitas movimentações em torno dos nomes que poderão assumiu o projeto social-democrata nas próximas eleições autárquicas. Um dos nomes que foi apontado para suceder a Ricardo Sousa na estrutura foi o de Mariana Machado da Silva, presidente da Junta de Freguesia de Vilela, mas não há ainda confirmação oficial desta escolha.
Em Paços de Ferreira, Humberto Brito, de saída da Câmara Municipal, assumiu uma candidatura à estrutura concelhia do Partido Socialista, e foi eleito, sucedendo ao seu vice-presidente Paulo Ferreira, aquele que Humberto Brito já disse, é a sua escolha para liderar a candidatura socialista à Câmara Municipal no próximo ano. Dentro da estrutura, Paulo Ferreira, não deve encontrar resistência – até porque elementos do partido que foram seus opositores nas últimas eleições à concelhia já estão apaziguados e já apoiaram Humberto Brito nesta última eleição – e deverá assumir o projeto.
Do lado do Partido Social-Democrata, Alexandre Costa, que foi candidato à Câmara Municipal nas eleições de 2021, foi reconduzido no cargo de presidente da concelhia, o que poderá indiciar que será novamente candidato nas autárquicas de 2025, não havendo movimentações internas no partido que apontem em outro sentido.
Em Penafiel, autarquia liderada pela Coligação Penafiel Quer (PSD/CDS-PP), Antonino de Sousa também termina o seu percurso autárquico devido à limitação de mandatos, mas tentou vencer a concelhia. Encontrou como opositor Alberto Santos, ex-presidente da Câmara Municipal de Penafiel, que venceu a disputa pela concelhia e que deverá ser o candidato pelo partido nas próximas eleições autárquicas de 2025. Resta saber se Alberto Santos decidir avançar com uma eleição à Câmara Municipal, se contará com o apoio de Antonino de Sousa, já que o do partido está garantido.
Do lado do Partido Socialista, Paulo Araújo Correia, que foi candidato à Câmara Municipal, foi reconduzido na estrutura concelhia e deverá ser, novamente, o rosto do projeto socialistas nas eleições autárquicas de 2025.
27 presidentes de junta de saída
Mudanças devido à limitação de mandatos vão também ocorrer me várias freguesias da região. Nos concelhos de Lousada, Paredes, Paços de Ferreira e Penafiel, 27 das 73 autarcas de freguesia vão ter que mudar, por força da limitação de mandatos.
Nos quatro concelhos, 33 freguesias são lideradas por autarcas socialistas, 28 por autarcas social-democratas e 12 por autarcas que concorreram como independentes, apesar de grande parte deles ter contado com o apoio de algum partido.
Devido à limitação de mandatos, no global dos concelhos, PS e PSD vão perder 11 autarcas cada um e estão também de saída cinco candidatos independentes.
Em Lousada, dos nove autarcas de freguesia eleitos pelo Partido Socialista, cinco deles estão de saída, nomeadamente os autarcas das freguesias de Lodares, Torno, da União de Freguesias de Cernadelo e Lousada, da União de Freguesia de Cristelos, Boim e Ordem e de Vilar do Torno e Alentém.
Já o Partido Social-Democrata, que é poder em seis freguesias, vai perder três autarcas. Em fim de ciclo estão os presidentes de junta da União de Freguesias de Nespereira e Casais, da União de Freguesia de Lustosa e Barrosas e da União de Freguesias de Silvares, Pias, Nogueira e Alvarenga.
No concelho de Paredes, cinco dos 18 autarcas de freguesia não se poderão recandidatar a um novo mandato, sendo que quatro deles são do Partido Socialista – que é poder em 14 freguesias – e um do Partido Social-Democrata – que governa três freguesias, sendo a restante liderada por um candidato independente.
Assim, em Paredes, estão em fim de ciclo os socialistas das freguesias de Louredo, Recarei, Sobreira e Vandoma e o social democrata de Lordelo.
Em Paços de Ferreira vai haver mudanças de protagonistas em quatro freguesias: duas do Partido Socialista e duas do Partido Social-Democrata.
O Partido Socialista, que tem sete autarcas a liderar juntas no concelho, vai perder os autarcas de Eiriz e de Sanfins Lamoso e Codessos.
O Partido Social-Democrata, que governa em cinco freguesias, tem os autarcas de Meixomil e Seroa de saída.
Por Penafiel, 10 autarcas estão em fim de ciclo e são eleitos pela Coligação Penafiel Quer (PSD/CDS-PP) e independentes eleitos com o apoio da coligação. O Partido Socialista pode repetir as candidaturas visto os seus autarcas de freguesia ainda só terem cumprido um mandato.
Assim, do lado da Coligação Penafiel Quer, não se podem recandidatar os autarcas das freguesias de Boelhe, Irivo, Peroselo, Rio de Moinhos e Termas de São Vicente.
Os presidentes das Juntas de Freguesia de Cabeça Santa, Capela, Rans, São Mamede de Recezinhos e São Martinho de Recezinhos, concorreram como independentes com o apoio da Coligação Penafiel Quer e não se podem recandidatar a um novo mandato.
Em Penafiel, os novos rostos deverão ser escolhidos entre elementos do executivo. Essa escolha estará apenas fechada quanto ao candidato pela Coligação à Junta de Freguesia de Termas de São Vicente, que será Ricardo Coelho, que é tesoureiro do atual executivo.
106 presidentes de Câmara não se podem recandidatar
106 dos 308 presidentes em exercício nos municípios do país, estão impedidos de avançar devido à limitação de mandatos e o Partido Socialista e o Partido Comunista Português são os mais afetados nas próximas eleições autárquicas, seguindo-se o Partido Social-Democrata. Do lado dos socialistas, 51 presidentes de Câmara que têm de sair, o que representa 34,4% das autarquias conquistadas há três anos. Já os sociais-democratas possuem 34 autarcas a cumprir o terceiro mandato, ou seja, vão ter de mudar de rosto em 29,8% das suas câmaras.
Em 2021, o Partido Socialista conquistou 152 câmaras, sozinho ou coligado. Já o Partido Social-Democrata obteve 114 na mesma situação, o CDS-PP seis, a CDU 19 e os independentes 20. Há três anos, houve 66 câmaras que mudaram de liderança partidária, em relação a 2017.
