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Teclado hcesar – Maddie e Noah

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A minha filha tem 18 anos, a mesma idade que teria ou terá a Maddie McCann.

O desaparecimento de Maddie teve um impacto muito evidente na minha relação umbilical com os meus filhos. Este acontecimento transportou-me para uma inevitável identificação emocional, tornando-se impossível eu não projectar na minha família uma situação semelhante.

Consequentemente tornei-me demasiado obcecado pelo controlo e percepção da segurança dos meus filhos e o medo acabou por afectar o meu discernimento.

Não tenho dúvidas que a causa desse medo foi o excesso de debate e escrutínio que os órgãos de comunicação social dedicaram ao caso. Actuação excessiva que também se revelou prejudicial relativamente à lucidez imprescindível na investigação das Polícias, que se pretenderia fosse isenta de ruído.

Com este texto pretendo alertar para quatro evidências.

Caberá às entidades responsáveis que zelam pela nossa segurança efectuar as investigações necessárias e dispor de todos os mecanismos importantes para a identificação dos factos ocorridos e parece-me no mínimo imprudente que uma televisão sensacionalista alvitre supostas possibilidades do ocorrido, que deixariam argumentistas de séries das “Netflix’s” envergonhados, com o único objectivo de manter o ingénuo telespectador sintonizado nestes canais e programas deploráveis.

Bem mais recente tivemos o caso de Noah e percebemos a importância da rápida divulgação do desaparecimento, que resultou numa extraordinária mobilização popular para ajudar a encontrar a criança.

Mas atente-se a todas as horas de televisão em direto, a todas as linhas escritas em jornais, revistas e todas as opiniões nos murais do Facebook, que condenaram á forca e á fogueira os pais de Noah e também já tinham condenado os pais de Madie há 14 anos, para percebermos que não estamos a caminhar no sentido da justiça, da resolução e da sensatez.

Certo que, é inevitável dispormos de juízos sobre culpa, inocência, negligência ou infortúnio dos pais de Maddie e de Noah, mas nós cidadãos comuns não temos o direito de apresentarmos este tipo condenações arbitrárias de forma irresponsável e muito menos poderiam especular de forma desmesuradamente fortuita os opinadores avulso, que dispõem de canais de grande audiência e embalados por estímulos criativos aventam teorias do “arco-da-velha”!

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