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Sonoro Club quer ser “a casa de uma nova realidade da música eletrónica na região”

Destaque Sonoro Club 1

Freamunde vai ter um novo espaço dedicado exclusivamente à música eletrónica. O Sonoro Club vai inaugurar a 08 de fevereiro e promete abrir uma vez por mês como um “clube intimista, criado a pensar nos verdadeiros amantes da música”.

O IMEDIATO esteve à conversa com a promotora por trás do espaço, a The Last Supper, sediada em Paços de Ferreira.

A abertura do clube, situado no Largo Santo António, vai contar com as atuações de João Carvalho, João Moura e do DJ portuense TM. Segundo o grupo, a estratégia de programação é “muito simples” com um artista local, um músico das regiões vizinhas e um “nome conceituado do exterior”.

Pelo feedback “excelente” recebido em outubro do ano passado, altura em que aconteceu uma pré-abertura apenas para convidados, a The Last Supper considera que “há uma grande expectativa geral para a abertura oficial”.

Como nasceu a ideia

 “Após a organização de vários eventos ligados à música eletrónica na região, recebemos o convite do proprietário do espaço, também ele ligado há décadas à música, para dinamizar e recriar um espaço fechado há vários anos em Freamunde”, contou o grupo.

Como a sustentabilidade é um “grande pilar” da The Last Supper, a oportunidade de reabilitar e reaproveitar um espaço e torná-lo a “casa de uma nova realidade da música eletrónica na região” foi ideal.

Assim nasceu o Sonoro Club, que aspira a ser “uma casa de referência, promotora da qualidade e genuinidade musical, acima das modas das grandes massas”, e que quer “levar o nome do espaço, da cidade e da região o mais longe possível”.

Para o grupo, o segredo para atingir a meta está “em não agradar às grandes massas” e em “criar expectativa”, de forma que só vai abrir uma vez por mês, sem data fixa, “para não cair numa rotina que possa atraiçoar a identidade e filosofia do clube”.

“Sem zonas VIP, sem seleções nem distinções sociais, o Sonoro é um Club intimista, criado a pensar nos verdadeiros amantes da música eletrônica, nas pessoas que saem para ouvir boa música”, consideram.

“Somos considerados como apenas mais um negócio”

Para a The Last Supper, a maior adversidade sentida ao “erguer” o Sonoro Club acabou por não ser a logística, mas um problema “comum a praticamente todos os projetos culturais”.

“Nós movemo-nos pela cultura, pela arte, pela valorização da região e de patrimónios ultrapassados pela globalização. No entanto, somos encarados apenas como números, como mais um negócio, ainda que sintamos que fazemos um trabalho social necessário”, explica o grupo.

Na opinião do grupo, quem quer começar um projeto novo sente “uma grande inércia de um sistema que exige muito e dá pouco”, especialmente na área da cultura, “em que não há apoios nenhuns, pois é encaradas como uma área secundária ou não essencial”.

O grupo por trás do Sonoro Club conta com uma equipa de cinco pessoas a lutar diariamente pela “cultura, pela arte e pela região contra o fenómeno ingrato que é a centralização”, bem como com “uma rede interminável de pessoas que se voluntariam a apoiar e se predispõem a fazer parte do movimento”.

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