Há dias, um amigo enviou-me uma citação de John C. Maxwell, que dizia “O caráter torna a confiança possível, e confiança é a base da liderança.”
Na ocasião, entre muitos afazeres, não me detive muito na profundidade deste pensamento. Quando hoje me deparei novamente com ele, compreendi a sua força.
As três linhas mestras são, assim: o caráter, a confiança e a liderança. As duas primeiras somadas conduzem necessariamente à terceira.
O caráter é a estrutura axial da personalidade de um líder. Aquele pilar que, nunca sendo derrubado, gera a confiança em alguém. Por isso, alguém me dizia que, entre estratégias e o caráter, se deve sempre escolher o caráter. Porque o caráter e a credibilidade sempre andam de mãos dadas.
Quanto à confiança, ela é a base mais sólida da liderança. Porque ninguém aprecia relacionar-se com quem não se pode confiar.
E a confiança funciona sempre como um aforro. Cada má decisão que um líder toma faz baixar as suas reservas de confiança. Até que, se assim prosseguir, haverá o dia em que será descartado como líder.
É certo que, como humanos que são, todos os líderes cometem erros. Por isso, a forma de evitar que o depósito da confiança se esvazie, é aceitá-los enquanto é tempo, e corrigi-los. E, assim, recuperar a credibilidade.
Por isso, a liderança é o resultado da confiança, que só pode ser adquirida pelo caráter. Sem isso, não há lideres. Ou então, se os houver e eles esquecerem estas premissas, estarão condenados a, mais tarde ou mais cedo, deixarem de o ser.
E o caráter vê-se sobretudo nos pormenores: respeitar o pensamento dos outros; nunca por nunca castigar pessoas por delitos de opinião; reconhecer que o relacionamento entre pessoas não é maniqueísta, ou seja, não se divide entre os bons e os maus; e que há sempre mais vida para além das circunstâncias concretas que num determinado momento se vivem.
Mas, principalmente, perceber-se que o caráter fica à vista de todos em dois momentos: quando, como dizia Churchill, damos o poder a alguém, e quando uma refrega acaba.