A memória histórica é um legado que nos entrelaça com o passado, dá sentido ao presente e ilumina o caminho para o futuro. A sua importância reside não apenas na preservação dos factos e eventos que moldaram a sociedade, mas também no entendimento das lições que deles advêm. Recordar a história é uma forma de conferir significado e continuidade à nossa existência coletiva, garantindo que erros não se repitam e que as conquistas sejam celebradas e perpetuadas.
A memória histórica serve como um espelho que reflete a identidade de um povo. As nações constroem-se sobre narrativas partilhadas que fortalecem o tecido social, promovendo um senso de pertença e coesão. Através do estudo e da lembrança dos eventos históricos, as gerações atuais podem entender o percurso que as levou ao presente, reconhecendo as lutas, sacrifícios e vitórias dos seus antepassados. Este entendimento não apenas enriquece a cultura e a identidade coletiva, mas também cria um alicerce sólido sobre o qual se pode construir um futuro mais informado e consciente.
A memória histórica não é apenas um recetáculo de vitórias e glórias. É também um repositório das tragédias e injustiças que marcaram a humanidade. É crucial recordar os momentos sombrios, como genocídios, guerras e ditaduras, para que possamos aprender com eles e evitar que tais horrores se repitam. Além disso, desempenha um papel fundamental na formação crítica dos cidadãos. Ao estudar história, somos incentivados a questionar, analisar e refletir sobre os acontecimentos e as suas consequências. Este processo desenvolve a capacidade de pensar criticamente e de fazer julgamentos informados, ferramentas essenciais numa era onde a desinformação e a manipulação dos factos estão em ascensão. Uma sociedade que valoriza e preserva a sua história é mais resiliente perante as tentativas de reescrever ou distorcer o passado para fins políticos ou ideológicos.
É por isso que, num país que já não tem fronteiras, aberto para o mundo e onde conflui o mundo, ainda é importante celebrar o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. Não estamos apenas a celebrar uma identidade nacional, mas sim um legado histórico e a sua memória, carregada dos grandes feitos, mas também das grandes tragédias, dos atos heroicos e dos tantos outros pelos quais devemos um pedido de desculpas ao mundo. A história e a memória de um país, de uma sociedade, é a âncora que nos liga ao nosso passado, a bússola que orienta as nossas ações presentes e a tocha que ilumina o nosso caminho futuro.
