Tal como previamente anunciado, o Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol (SJPF) promoveu esta tarde uma Conferência de Imprensa sobre a eventual ligação contratual não cumprida pelo FC Paços de Ferreira relativamente ao atleta Rui Caetano.
Em síntese, o atleta alega que desde maio tem um compromisso para representar os Castores, mas apesar de ter um seu poder uma minuta do mesmo, o FC Paços de Ferreira não cumpriu o prometido e deixou-o sem trabalho esta temporada. O presidente do FC Paços de Ferreira confirmou que existiram contatos, mas que não terão passado disso mesmo, pois a direção não assinou qualquer compromisso com o mesmo, apesar do Diretor Desportivo (Carlos Carneiro) lhe ter feito chegar uma minuta do mesmo em papel timbrado do Clube.
Esta tarde, o presidente do SJPF explicou a posição do organismo que dirige sobre o assunto. “Tudo fizemos para obter uma posição que fosse consensual e o que pretendemos é exigir respeito e dignidade pelo Caetano e pelo seu percurso profissional. Houve uma proposta de trabalho, que foi aceite e a partir daí deu-se o caso. O Paços de Ferreira parece que se quer vitimizar, mas é o responsável por esta situação. Agendámos uma reunião com o presidente do clube, mas paralelamente também agendou com o jogador para tentar resolver o assunto e não quisemos intervir, porque queríamos que fosse o jogador a resolver. Mas nada se resolveu e só queremos repor a verdade. Se o clube não quer resolver de uma forma amigável, temos de recorrer para a vias legais. Atenção, o Paços de Ferreira é um clube exemplar no sentido de cumprimento e pelo qual tenho muito respeito”. Joaquim Evangelista citou os nomes dos responsáveis pela situação. “Quando soube que era sobre o Caetano que queria falar, o presidente deixou de me atender o telefone e remeteu o assunto para o diretor desportivo. O que aconteceu não é digno de um presidente, nem de um diretor desportivo, nunca ninguém tem a culpa e ninguém assume responsabilidade”.
Rui Caetano “O Diretor Desportivo foi-me dizendo que era prá semana…”
Presente na Conferência de Imprensa esteve também Rui Caetano, que voltou a dar a sua versão já conhecida dos factos. “Fui convidado pelo presidente do Paços de Ferreira e disse prontamente que sim. A partir daí, só dependia do diretor desportivo, Carlos Carneiro, e passei a tratar tudo com ele. Ele disse sempre que estava tudo fechado e houve uma troca de mensagens, onde prometeu que ia ser jogador do Paços de Ferreira”. Uma situação que se foi protelando no tempo e sem decisão. “Fui sempre falando com o Diretor Desportivo que me dizia que era para semana, que estavam à espera que um jogador saísse, ou que ia ser apresentado com outro jogador. O empresário foi falar com o Carlos Carneiro e foi enviada uma minuta do contrato, para depois negociarmos os prémios. Eu não queria ir para o Paços por dinheiro, mas pelo carinho que tinha ao clube. Assinei o contrato e o Moreira de Sá (meu empresário) devolveu ao Carlos Carneiro, que continuou a adiar. Há duas semanas, o presidente disse que estranhamente não sabia de nada, que era responsabilidade do diretor desportivo. Foi aí que comecei a perceber que havia outras questões. Agora o caso está entregue ao Sindicato, não queria expor isto publicamente e não merecia isto”.
O atleta revelou também os últimos contatos mantidos com o Paços. “Em outubro, garantiram que ia começar na terça-feira seguinte. Sempre disse que não havia problema em rasgar o contrato. Gosto muito do Paços, mas não quero ficar com a minha carreira empancada. Em momento algum, neste processo, o clube não me disse que não me queria. Dei várias oportunidades ao Paços e não assinei com outro clube com medo que o Paços pudesse registar o contrato”.
Aguarda-se nova posição do FC Paços de Ferreira sobre a Conferência de Imprensa realizada esta tarde em Lisboa.