A tradição de São Martinho cumpre-se mais uma vez em Penafiel e esta romaria secular, que é uma das maiores feiras comerciais do distrito do Porto, arrancou ontem, para 12 dias de festa, onde não falta a prova do vinho novo e as castanhas assadas.
Até ao dia 20 de novembro, a cidade de Penafiel prepara-se para receber milhares de visitantes e transforma-se na cidade do São Martinho com provas de vinho novo, castanhas assadas, muita gastronomia, mostras de gado e artesanato, sem esquecer os carrosséis e a animação espontânea com grupos de concertinas, tunas académicas e outros grupos folclóricos e de cantares.
A Câmara Municipal de Penafiel, a entidade organizadora do evento, mantém as expetativas elevadas “e muito positivas”. “Vai manter-se a tradição do verão de São Martinho, já que as previsões meteorológicas são de bom tempo e quando o tempo está de feição, o São Martinho é sempre um sucesso imenso porque é uma tradição secular, a cidade abre-se para receber a feira e os mais de 300 feirantes”, que transformam a cidade “num autêntico centro comercial ao ar livre”, referiu Antonino de Sousa, presidente da autarquia.
A isto, junta-se a prova dos vinhos, as castanhas assadas “que têm um sabor diferente nesta altura do ano”, assim como a gastronomia, onde não faltam os rojões, as papas de sarrabulho e as tortas de São Martinho, iguarias muito próprias da região. “Há muito para justificar uma vinda ao São Martinho”, frisou Antonino de Sousa.
A prova de vinhos acontece na Quinta de Puços e é local de passagem obrigatória para os milhares de visitantes que acorrem à cidade durante estes dias. E estes chegam de toda a região, mas também de todo o país, “em centenas de excursões”, assim como da vizinha Espanha. “Não há feira como o nosso São Martinho em nenhum outro local. E, por isso, é tão apreciado e tão valorizado”, referiu o autarca.
A receita é “de sucesso” nesta feira secular, que se mantém apelativa para os mais velhos, mas teve também já a capacidade de atrair as gerações mais jovens. “E a própria feira teve essa capacidade de se ir reinventando para continuar a ser este ponto de encontro e um espaço de acolhimento, quer para os nossos visitantes, quer para os nossos concidadãos”, concluiu o autarca de Penafiel.
Vinho é “de muita qualidade”
Este ano, o vinho verde tinto é “de muita qualidade” e chega das Adegas Cooperativas de Penafiel, de Felgueiras, Lousada e Amarante. “Este é também um momento importante para as nossas Adegas Cooperativas. Sabemos que têm vindo a passar por uma fase mais difícil nos últimos anos, não é exclusivo da nossa região, mas acontece um pouco por todo o país e, este é um momento bom para as adegas porque é uma oportunidade de escoarem o seu vinho, de se darem a conhecer, de se promoverem. É bom para o negócio do vinho verde e para a saúde financeira das nossas Adegas”, assegurou Antonino de Sousa.
Telmo Pinto, da Adega Cooperativa de Penafiel, disse ao Jornal IMEDIATO que o ano passado a Adega vendeu cerca de 10 mil litros de vinho verde na feira de São Martinho e a expetativa, este ano, é ultrapassar este número, até porque segunda-feira, dia 11 de novembro, é feriado municipal em Penafiel. “Este ano o fim-de-semana tem mais um dia e esse dia acaba por fazer toda a diferença, é a diferença de se vender mais quatro ou cinco pipas”, frisou.
O vinho, assegurou, “está muito melhor que o ano passado, tivemos uma vindima muito seca, o que é bom para o vinho tinto que fica mais adamadinho, mais quente”.