E continuo a olhar para o ar para ver as fotografias com que os candidatos autárquicos nos homenageiam. Se comecei por Abragão por ser a terra onde nasci segue-se Marecos localidade onde vivo. Marecos faz-me lembrar a “estória” de Versalhes e os brioches… Uma parte de Marecos irradia luxo… Versalhes. A outra parte, infelizmente a minha, não tem “pão”… A estória “reza” qualquer coisa como: Alguém, olhando com assombro para o luxo de Versalhes, terá referido que o povo não tinha pão para comer, ao que terá obtido uma resposta perto de: “- Se não tem pão que coma brioche.” (Upsss!!!)
Como residente na parte pobre de Marecos não estou bem servido nem de Presidente de Camara, nem de Presidente de Junta.
Quanto ao Presidente de Camara: Enquanto o nosso anterior Presidente, o Presidente-escritor, se agarrou “com unhas e dentes” a descaracterizar a cidade e colocar tudo quanto podia ao longo das avenidas que dividem o burgo em dois, o atual é “vidrado” na zona sul… (ou com parte dela). Mas também a absoluta descaracterização parece ser a orientação… Arvores com muitas dezenas de anos e muitas memórias de beleza natural, caíram ao primeiro sopro, sem condescendência sem aparente estudo de alternativas.
Estes detentores do poder não se contentam (contentaram) somente em escrever a sua história de passagem pelo cargo maior da administração local, ambos o fazem (fizeram) escrevendo a sua história sobre a história dos outros, dos antecessores, como se tudo o que foi feito fosse de interesse muito duvidoso… Quando me perguntavam uma obra do tempo de Alberto Santos eu respondia, sem hesitar: “- O Parque da Cidade, em Marecos.”… E agora? Respondo o mesmo mas acrescento: “- Com fortes melhorias (seja lá o que é que eu entendo por “melhorias” e que benefícios isso me traz enquanto residente na parte pobre de Marecos) de Antonino Sousa”.
Mas voltemos a Marecos.
E do Presidente da Junta? Para mim nada me valeu que fosse de uma “cor” diferente da do Presidente da Câmara. Se por um lado em nada contribuiu para a melhoria das condições de vida dos fregueses da parte pobre de Marecos, talvez por não ver nisso qualquer prioridade, ou não teve a capacidade de convencer o Presidente da Camara da necessidade de melhoras básicas numa parte do território da freguesia que governa. Duma forma, onde moro (e moro na cidade/freguesia de Penafiel) ou da outra continuamos com fraca ou inexistente iluminação pública, fraca ou inexistente rede de saneamento básico, ou simplesmente continuamos com falta de um pouco de alcatrão nos eternos (pelo menos parece-me que sempre os lá tive) buracos no pavimento das “estradas” (Upsss!!!).
Mas claro… houve uma entidade que “atestou” que Penafiel era o melhor sítio para viver, logo a minha realidade não existe, uma vez que ainda não temos o básico, que não temos, sequer, o que é essencial! Mas claro que podemos (devemos poder…) dar uns chutos numa bola sobre um relvado 5 estrelas, a lembrar Versalhes.
E não esqueçamos as “luzinhas”: As muito bem iluminadas passadeiras para peões da cidade já estão a levar as segundas “luzinhas” no chão… Será que são as passadeiras da cidade que mais precisam de luzinhas novas como reforço de visibilidade? E as passadeiras das freguesias, escassas, frequentemente mal iluminadas (ou sem iluminação alguma) não carecem de reforço de visibilidade? Claro que não… Nas freguesias está tudo bem… Podem sempre vir ao Parque da Cidade dar uns chutos na bola.