Hélder Santos (22 anos), Rafael Xarra (27 anos), Ruben Silva (23 anos) e Rui Ferreira (22 anos), são quatro jovens amigos de Penafiel que no início de janeiro embarcaram numa aventura pelo maior deserto do mundo. À boleia, foram de Marrocos até à Mauritânia, para depois embarcarem no famoso Iron Train, um dos comboios mais compridos e perigosos do mundo, com cerca de 2,5 quilómetros, composto quase exclusivamente por vagões carregados com minério de ferro que carregam numa mina a 30 km de Zouérat, no coração do deserto do Sahara. Foram nove dias de aventura, que deram origem a um filme que Hélder Santos, criador de conteúdos para Youtube e Instagram, vai levar ao ART&TUR 2024, Festival internacional de cinema de turismo.
A aventura começou a 3 de janeiro e nasceu à mesa de um restaurante, numa conversa sobre viagens. “Nunca tínhamos viajado juntos e decidimos fazer uma viagem em conjunto e o objetivo inicial era fazer o comboio da Mauritânia”, contou ao Jornal IMEDIATO Hélder Santos.
Decididos a embarcar na aventura, os quatro amigos começaram a ver os preços as viagens de avião e o preço elevado das mesmas, levaram-nos a alargar ainda mais a aventura e a comprar um voo em Marrocos, que custou 15 euros e depois fazer à boleia os 2300 quilómetros até à Capital da Mauritânia.
O desafio não era novo para todos, já que alguns já tinham andado à boleia, mas foi uma aventura única para o grupo que viajou junto pela primeira vez.
A 3 de janeiro, Hélder Santos e os amigos aterraram no aeroporto de Marrakesh e começaram a jornada rumo ao comboio da Mauritânia. “Já sabia que ia ser muito interessante, mas superou todas as expetativas. Foi uma experiência muito gratificante, muito marcado pelas pessoas que encontramos pelo caminho”, explicou Hélder Santos, que já tinha vontade de fazer um filme para concorrer ao festival e, que depois de regressar desta vigem, teve a certeza de que era estava aventura que ia dar origem ao filme. “Não estava programado fazer o filme sobre esta viagem. Mas depois de tudo o que vivemos, pelas aventuras que tivemos, decidi que era este o filme, conta a nossa aventura e tem o desfecho no comboio da Mauritânia e esse era o seu objetivo principal”, acrescentou.
Durante os nove dias de viagem, foram várias as pessoas com quem o grupo se cruzou e várias as peripécias vividas e as histórias que ficam para contar são muitas. Mas de todas as experiências vividas, Hélder Santos destaca o dia em que apanharam uma boleia de 900 quilómetros e foi a que os salvou porque não iam chegar a atempo ao comboio, mas durante a qual ficaram sem gasolina no meio do deserto. Outros episódios marcantes foram a boleia de cinco horas de um autocarro transformado em casa de um casal alemão a aproveitar a reforma numa viagem por África, ou quando ficaram a dormir em casa de um local no deserto, “onde fomos tratados comos reis” e onde a mulher e a mãe dele tiveram que ficar em salas diferentes porque não podiam ter qualquer contacto com o grupo, devido à sua religião. “Momentos muitos marcantes, sempre pelas pessoas com quem nos cruzamos”, garantiu.
Depois de algumas dificuldades, o grupo chegou a tempo ao comboio, onde estiveram durante 16 horas, sem águas nem comida, com uma noite gelada e um dia de calor arrasado. “Mas conseguimos, e, oficialmente, fomos dos poucos portugueses a embarcar neste comboio”, concluiu Hélder Santos, assegurando que é “uma experiência para repetir”.
Todas estas histórias foram transformadas num filme com o qual Hélder Santos vai concorrer ao ART&TUR 2024 Festival Internacional de Cinema de Turismo. Mas antes disso, o jovem vai publicar, em episódios, o filme no seu canal do Youtube, “On The Walk”.