O IMEDIATO esteve à conversa com Vera Ramos, psicóloga de Paços de Ferreira que recentemente lançou o livro “Como lidar com os Problemas de Comportamento das Crianças”. Para a autora, publicar uma obra sobre psicologia era algo que sempre teve em mente – e agora tornou-se realidade.
Segundo a psicóloga de 37 anos, o livro tem “dicas e estratégias para reduzir comportamentos indisciplinados e contribuir para o desenvolvimento de competências sociais mais assertivas das crianças, enquanto alunos, filhos e cidadãos” e é uma ferramenta para orientar e ajudar a distinguir “comportamentos normais de patológicos”.
Este projeto já tem vindo a ser desenvolvido há algum tempo e também “bebeu” do seu trabalho como psicóloga no plano “inovador” de combate ao insucesso na escola da Comunidade Intermunicipal do Tâmega e Sousa, com um capítulo sobre a indisciplina escolar.
Assim, para Vera Ramos, a obra é o presente ideal para pais, professores, educadores, psicólogos e para o público em geral, que podem assim aprender mais sobre o comportamento das crianças, uma área que representa “a maioria dos casos” que acompanha enquanto psicóloga.
Com o primeiro livro “saído do forno”, a autora não tem “tempo para pensar na publicação de um novo livro”, já que o processo exige tempo e reflexão. “Mas não sei o dia de amanhã, poderá ser uma possibilidade”, deixa em aberto.
Tecnologia é uma “espada de dois gumes” para os mais jovens
Para a mestre em Psicologia Clínica e da Saúde, a sociedade tem vindo a exigir cada vez mais responsabilidades.
“Os pais trabalham, chegam a casa, têm as responsabilidades das tarefas de casa e, pouco tempo sobra para conviver em família, que é o agente de socialização primordial em que se ensinam valores e competências sociais”, considera Vera Ramos.
Segundo a psicóloga, é importante que os pais estejam presentes e envolvidos no processo de aprendizagem dos filhos, não devem transmitir ansiedade e devem mostrar-se disponíveis para os ouvir, mesmo que se sintam exaustos. “Se os pais estão ansiosos e stressados, estão automaticamente a colocar nos filhos os mesmos sentimentos e emoções”, defende.
E, embora tenha recomendado a pais e encarregados de educação que deixassem os filhos estarem mais tempo nas novas tecnologias nesta altura de pandemia, a falar com amigos, por exemplo, é sempre necessária “moderação, monitorização dos pais e nada de excessos”.
De acordo com Vera Ramos, sem controlo parental, os jogos “podem influenciar as crianças a adotar desde cedo, comportamentos mais agressivos” e estar muito tempo ao computador estimula “maiores défices de atenção e concentração nas crianças, que depois se irá refletir no processo de aprendizagem”.