Os autarcas Joaquim Couto, 68 anos (Santo Tirso), e Miguel Costa Gomes, 61 anos (Barcelos); Laranja Pontes, 68 anos, do IPO, e a empresária Manuela Couto, 48 anos, foram os visados nesta operação.
A mulher do presidente da Câmara de Santo Tirso é administradora da W Global Communication (antiga Mediana) e foi uma das cinco pessoas detidas em outubro de 2018 pela PJ no âmbito da “Operação Éter” por crimes económicos associados da Turismo do Porto e Norte de Portugal (TPNP).
“A Polícia Judiciária, através da Diretoria do Norte, em investigação a práticas de corrupção, tráfico de influências e participação económica em negócio, no âmbito de inquérito titulado pelo Ministério Público – DIAP do Porto, realizou no dia de hoje uma operação relacionada com a prática reiterada de viciação de procedimentos de contratação pública, com vista a favorecer pessoas singulares e coletivas, proporcionando vantagens patrimoniais”, lê-se no comunicado enviado à redação.
Foram realizadas buscas, domiciliárias e não domiciliárias, nas zonas do Porto, Santo Tirso, Barcelos e Matosinhos que envolveram dezenas de elementos da Polícia Judiciária – investigadores, peritos informáticos, peritos financeiros e contabilísticos, bem como magistrados judiciais, magistrados do Ministério Público e representantes de ordens profissionais.
A mesma nota acrescenta que a investigação “apurou a existência de um esquema generalizado, mediante a atuação concertada de autarcas e organismos públicos, de viciação fraudulenta de procedimentos concursais e de ajuste direto com o objetivo de favorecer primacialmente grupos de empresas, contratação de recursos humanos e utilização de meios públicos com vista à satisfação de interesses de natureza particular”.
A investigação, adianta ainda a PJ, “vai prosseguir para apuramento de todas as condutas criminosas e da responsabilização dos seus autores”.
No âmbito da “Operação Éter”, o presidente da TPNP, Melchior Moreira, que foi detido a 18 de outubro de 2018 pela Polícia Judiciária, continua a aguardar julgamento em prisão preventiva no âmbito da investigação policial Operação Éter, enquanto Manuela Couto, administradora de várias empresas, designadamente da agência de comunicação W Global Communication (antiga Mediana), viu-lhe ser aplicada a medida de proibição de contactos e uma caução económica de 40 mil euros.