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Portugal a alta velocidade

Vacinar de esperança

A mobilidade intercidades, numa lógica de integração nacional, é hoje um desígnio fundamental para a competitividade do país, na ótica social, económica e turística.

Podemos (e devemos) falar de mobilidade na perspetiva das pessoas, dos serviços, da carga e de muitos outros elementos que estimulam as dinâmicas de Portugal, que no todo constituem as bases para o crescimento da nossa sociedade, funcionando ainda como catalisadores para a sustentabilidade, para o emprego, para a cultura, para o desporto e para a criação de um ecossistema social forte e coeso.

Neste sentido, a apresentação da linha de alta velocidade entre o Porto e Lisboa, em mais um sinal positivo do desenvolvimento da ferrovia no nosso país, revela-se assertivo para que Portugal não perca o andamento europeu e possa continuar a ombrear com os seus pares.

Os dados são factuais: quase metade de todos os comboios de passageiros e mais de 90% dos comboios de mercadorias efetuados diariamente circulam, pelo menos, em parte na linha do Norte; não é possível aumentar a oferta de serviços neste eixo; apesar do investimento tecnológico dos últimos anos, há potencial de melhoria.

Posto isto, a opção por um traçado completamente novo, com a reabilitação/ampliação de estações atuais nos grandes centros urbanos demonstra ser uma solução interessante e necessária, ainda mais pela importância estratégica desta ligação, onde se cruzam grande parte das restantes linhas nacionais.

Na prática, os portugueses vão sentir a diferença: com melhores serviços de apoio a nível dos centros de embarque/desembarque, o tempo de viagem vai reduzir consideravelmente, passando das 2h50 para 1h19 no serviço mais direto e 1h45 no serviço com 4 paragens (Leiria, Coimbra, Aveiro e Gaia), para além de que é expectável que o preço dos bilhetes seja semelhante ao praticado pelo serviço alfa, já que os custos operacionais são equivalentes.

A par dos investimentos que estão em curso ou a iniciar por todo o país, que devolverão a importância estratégica à ferrovia, fomentando a coesão territorial, esta empreitada voltará a posicionar o país na senda da bitola internacional, reforçando a intermodalidade e rentabilizando o potencial da localização e de desenvolvimento interno do território.

 

 

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