Marcha rio Ferreira

Os movimentos #MovRioDouro e Mataram o Rio Ferreira realizaram na tarde deste sábado uma marcha lenta, em protesto, pela poluição no rio Ferreira.

Cerca de uma centena de pessoas marcaram presença na marcha lenta de protesto – que começou em Lordelo, no concelho de Paredes e terminou na Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Arreigada, em Paços de Ferreira, exigindo a resolução definitiva de um problema ambiental que afeta o rio Ferreira há mais de duas décadas.

“Queremos justiça pelo rio Ferreira porque já são anos a mais a sofrer com esta situação que é inadmissível”, afirmou ao Jornal IMEDIATO Nadine Gonçalves, do ‘Mataram o Rio Ferreira’, acusando o Estado de “falhar” na resolução deste problema.

O problema arrasta-se há anos e segundo Nadine Gonçalves, “as descargas na ETAR, neste momento, são contínuas, temos o esgoto diariamente a ser enviado para o rio sem tratamento. E por isso neste rio não há vida”, garantiu, pedindo responsabilidades e uma decisão definitiva para um equipamento que, após ter sido alvo de requalificação, reduziu para metade a sua capacidade de tratamento, estando atualmente a tratar apenas entre 10 e 15% dos resíduos. “Oitenta e cinco por cento está a ser direcionado ao rio, sem tratamento”, lamentou.

Criticando a inação das autarquias de Paredes e Paços de Ferreira e da Agência Portuguesa do Ambiente, Nadine Gonçalves espera que com a marcha lenta consigam “fazer pressões de todos os lados”. “Isto é um caso de saúde pública, por isso temos que controlar esta situação, as entidades têm que funcionar e responsabilizar”, concluiu.

Câmara intentou ação contra responsáveis pela obra realizada na ETAR

Contactado pelo Jornal IMEDIATO, Paulo Ferreira, vice-presidente da Câmara Municipal de Paços de Ferreira, reconheceu os problemas da ETAR de Arreigada e garantiu que compreende “a indignação da população”. “Também nós estamos profundamente indignados com o facto de não estar a funcionar como pretendido”, referiu.

Por isso, a autarquia intentou uma ação, que está a decorrer no Tribunal Administrativo e Fiscal do Porto, contra a empresa projetista, a empresa que fez a obra e a empresa fornecedora do equipamento, “para apurar responsabilidades pelo seu mau funcionamento”.

Paulo Ferreira referiu ainda que a autarquia nunca cruzou os braços e tem estado a trabalhar no sentido de “apurar responsabilidades e encontrar uma solução definitiva para o problema” e anunciou que nas próximas semanas deverá entrar em funcionamento uma unidade de tratamento provisória, que “vai permitir o tratamento de efluentes até haver uma situação definitiva”.

Para chegar até esta situação definitiva, a Câmara Municipal de Paços de Ferreira está a preparar o concurso público, que deve ser lançado no final do mês de julho, para a conceção, ampliação e remodelação da ETAR, um projeto a rondar os 15 milhões de euros, cuja garantida de financiamento, no âmbito do PT2030, já foi dada pelo Governo e pela Agência Portuguesa do Ambiente.

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