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“Criar arte é por si só um chamamento de liberdade sem fronteiras,” Isto, escreveu Rihm, o compositor alemão que era livre e que levava a liberdade muito a sério. E foi daí que nasceu a vontade de romper com o já feito!

Pelo que fui lendo, a música de W. Rihm tem tudo dentro dela: medos, ansiedades… euforia… Nem sequer se sabe ao certo quantas composições W. Rihm concluiu e, neste momento, não é mesmo o que mais conta para iniciar este texto… O que mais conta, mesmo, é poder concluir que a arte é, naturalmente, resultado de uma liberdade individual que se impõe.

“Lidar com arte, criar arte, é por si só um chamamento de liberdade sem fronteiras”. Repito.

Tudo isto tem a ver com a sensação maior que sinto quando escrevo, livremente, digo o que sinto mesmo que os possíveis leitores não sintam o mesmo que eu…

Nos últimos tempos, mesmo que eu não saiba exactamente porquê, eu já li ou estou a ler, as muitas Biografias que estão a ser publicadas… De Saramago a Pessoa, a Camões, a M. Alegre, a Teresa Horta, a Natália Correia… a M. Filomena Mónica, a Mário Cláudio que ainda tenho em mãos… Tantas marcas e tantos traços que definem cada um dos autores lidos e antes entrevistados… Tantos, tantos ensinamentos!

De facto, tanto as ideias como as formas poéticas que cada um dos autores adoptou, tal como se pode ver em cada uma das obras publicadas, há também, aqui e ali, uma prosa acutilante, furiosa, misteriosa, quase barroca às vezes, labiríntica, crítica… que deixa o leitor, como me sinto hoje, de cabeça cheia…

Cada uma das Biografias que leio, que estudo, é, sem qualquer dúvida, um livro com livros dentro e, tenho a certeza, se continuo neste ritmo, ficarei cansada mas carregada de informação que hei-de querer guardar e/ou partilhar. Já não será tudo possível, eu sei, não terei tempo mas é sempre bom pensar que, no presente, eu sei muito mais, eu tenho mais opinião…

Dizia há tempos, Dulce Maria Cardoso, que “uma autobiografia é uma missão impossível”. Concordo. Nessa circunstância, é muito difícil escrever um texto rigoroso, onde é muito difícil ser personagem de si própria, mesmo que se conte tudo na primeira pessoa.  Porque há sempre a necessidade de procurar o autor no seu texto, uma autobiografia tende a esconder o autor na verdade que escreve… Partindo deste princípio, prefiro a Biografia que alguém prepara, escolhendo, consultando, opinando até…

É claro que uma crónica escrita num jornal também é, terá de ser, um texto biográfico que deixa transparecer qualidades e defeitos de quem escreve… Disto tudo, convirá também registar que o texto, literário sobretudo, também é uma manifestação de liberdade…

Por isso, no meio de todas as manifestações artísticas, onde se inclui a pintura, a música, a escultura… a literatura também está presente. Quando o texto é poético, sobretudo! E foi o que fez a aluna vencedora do Concurso “Falar de Água com Amor”, Sara Teixeira, da Escola Básica de Eiriz, que escreveu livremente e tão bem!

“…

Água, és poesia líquida, versos que fluem,

melodias transparentes, em cada gota, um mundo

de histórias e, no teu amor, a promessa de

vida eterna.”

Isto é poesia! Isto é um registo poético que deixa marcas em quem lê… Em quem sente… Isto também é amor, isto é também a arte em liberdade! Parabéns, Sara. Continua a escrever!

 

 

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