A Polícia Judiciária (PJ), através da Diretoria do Norte, deteve cinco pessoas suspeitas de se fazerem passar por bancários e tentarem aceder aos códigos de acesso às contas das vítimas que contactavam. No âmbito da operação, foram realizadas buscas domiciliárias em vários concelhos, entre os quais o concelho de Paredes.
A operação de combate à cibercriminalidade, realizada no âmbito de um inquérito titulado pelo Ministério Público – DIAP Regional do Porto, “visou um grupo de indivíduos suspeitos da prática dos crimes de abuso de cartão de garantia ou de cartão, dispositivo ou dados de pagamento, burla qualificada, desvio de dados agravado, acesso indevido agravado e branqueamento de capitais”, referiu a PJ.
“No âmbito desta atividade criminosa, os detidos faziam-se passar por colaboradores de instituição financeira de crédito (operações de vishing), telefonavam de seguida às vítimas, que efetivamente acreditavam que era a entidade financeira que as estava a contatar, uma vez que o interlocutor alertava as vítimas para “eventuais operações suspeitas feitas com o seu cartão”, explica aquela força policial.
Os cinco detidos – três homens e duas mulheres, todos de nacionalidade portuguesa, com idades compreendidas entre os 21 e os 36 anos – “induziam ardilosamente as vítimas a ceder códigos bancários que viabilizaram a ocorrência de transações ilegítimas de valores muito avultados (na ordem das centenas de milhares de Euros) com os dados dos respetivos cartões de crédito da dita instituição financeira”.
A informação usada para a prática destes crimes era obtida através do acesso indevido a bases de dados legítimas, a que um dos arguidos acedia no âmbito da sua atividade profissional.
Após a realização de sete buscas domiciliárias e duas não domiciliárias, que decorreram no Porto, Paredes, Gondomar, Guimarães, Espinho e Aveiro, foram detidas cinco pessoas e apreendido diverso material com interesse probatório.
Já em outubro passado, foram detidas mais três pessoas suspeitas de integrar a mesma rede, por branqueamento de cerca de dois milhões de euros das burlas e que se encontram em prisão preventiva.
Os detidos vão ser presentes à competente autoridade judiciária no Tribunal de Instrução Criminal do Porto, para primeiro interrogatório judicial e aplicação das medidas de coação tidas por adequadas.