Calor / olfato

Um dos sintomas da infeção pela Covid-19 é a perda de olfato que pode mesmo persistir após a cura da doença. Os doentes infetados pelo Sars-CoV-2 que perdem de forma persistente o olfato são tratados por otorrinolaringologistas.

Quando este problema persiste é possível realizar uma reabilitação olfativa. O objetivo desta reabilitação é estimular várias regiões do nervo olfativo.

O diagnóstico é realizado através de um teste aplicado por um médico otorrinolaringologista constituído por 23 essências diferentes, de forma a identificar com precisão o tipo de cheiro que foi perdido. Para a reabilitação é usado um kit de reabilitação, com apenas quatro essências que o doente leva consigo de modo a fazer um cheiro sistemático de recuperação.

O doente leva para casa recipientes com determinadas fragâncias. Em Portugal são usadas essências mais características para a nossa população, nomeadamente alfazema, canela, pinheiro, chocolate, laranja e café, substâncias tipicamente portuguesas que estimulam os mesmos grupos de nervo. O anis, gasolina, aguarrás, fumado, tangerina, cogumelo, queijo, melão são as essências usadas a nível mundial mas não utilizadas no teste português.

Durante a reabilitação o doente não consegue observar qual a essência tendo apenas de sentir o seu cheiro. Deve realizar este processo diariamente e tentar identificá-los. Quando o doente começa a reconhecer as essências, o treino é incentivado pois a repetição levará à evolução do olfato. É como se fosse uma fisioterapia. No caso do olfato, o seu aperfeiçoamento consiste em sentir os cheiros com clareza, sem qualquer dúvida e sem erros em relação à distância em que está o recipiente.

O tratamento pode ser realizado normalmente em casa, desde que haja acompanhamento porque sem apoio médico, não é possível identificar quais as perceções afetadas e em que intensidades, sem esta determinação a reabilitação não é eficaz.

Está a ser realizado em Portugal um estudo no Hospital Garcia da Orta, o Smell Test português, com cerca de 60 doentes em tratamento. Este estudo ainda não permite obter dados concretos quanto à sua recuperação, mas os resultados estão a ser favoráveis. Concluindo que mais importante do que o diagnóstico é a reabilitação e o tratamento. Por esse motivo, o hospital tem desenvolvido «kits de reabilitação olfativa», em que o doente tem os mesmos odores, mas com concentrações diferentes, para diariamente treinar o seu olfato.

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