Promover a atividade física para ajudar a reduzir as dores, melhorar a função articular e a saúde física e mental das pessoas é o objetivo do projeto “Finta a Dor”, uma iniciativa que arrancou hoje em Penafiel para 60 pessoas e que é promovida pela Câmara Municipal de Penafiel, em parceria com a Unidade de Saúde Familiar Penafidelis e a Unidade Local de Saúde do Tâmega e Sousa.
Cândida Teixeira tem 78 anos e é a mais velha da turma de 30 utentes inscritos na USF União Penafidelis com dores osteoarticulares, que começou hoje a prática de exercício físico, por indicação do médico de família, no Pavilhão Municipal de Recezinhos, no âmbito do projeto “Finta a Dor”.

“Procuro manter-me em forma e fazer exercício físico”, relatou ao Jornal IMEDIATO a mulher, que sofre de uma doença de ossos, “que provoca muitas dores”. Satisfeita com o facto da iniciativa se realizar “perto de casa”, Cândida Teixeira fez-se acompanhar pela filha, Carla Moreira, 48 anos, a responsável por estar no projeto. “Fui eu que a inscrevi, faz falta quer a nível físico, mas também para saírem de casa e conviverem com outras pessoas. E isto acabou por juntar o útil ao agradável”, assegurou.

Cidália Duarte, de 65 anos, não hesitou em aceitar o desafio que lhe foi proposto pela médica de família e inscrever-se no projeto “Finta a Dor”. “Este projeto já vem tarde, faltava aqui, na zona norte do concelho, uma atividade para as pessoas mais idosas”, referiu a utente, certa de que esta atividade além de ajudar a combater a dor, vai ajudar a tirar as pessoas de casa. “Isto é muito melhor do que tomar medicações”, concluiu.

Projeto pioneiro na região pretende alargar-se para outras unidades de saúde
O projeto arrancou com duas turmas de 30 utentes cada, que vão ter três aulas semanais, com a duração de uma hora cada, aulas estas acompanhadas por técnicos municipais, da área do desporto, conhecedores da doença de cada um dos utentes.
O desafio foi lançado por Celeste Marinho, médica na Unidade de Saúde Familiar Penafidelis e, de imediato acolhido pelo município, que pretende que este projeto piloto seja abraçado por outras unidades de saúde do concelho e até da região. “Pretende-se combater a dor, as doenças associadas aos ossos e às articulações, mas também combater a solidão, criar o sentido de equipa, momentos de partilha e de convívio e o sentido de pertença”, referiu Daniela Oliveira, vereadora na Câmara Municipal de Penafiel, certa de necessidade de “dar estímulos” às pessoas, para aumentarem “o nível da qualidade de vida”.
Para Celeste Marinho, médica na Unidade de Saúde Familiar Penafidelis, é necessário “oferecer aos doentes, que sofrem de dor crónica por problemas músculo-esqueléticos”, mais uma forma de combater o problema. A evolução dos doentes vai ser, segundo a profissional, “monitorizada em vários parâmetros”, ao longo dos meses e avaliada pelo médico de família, e vai ter “benefícios acrescidos” durante a sua duração, nomeadamente no combate ao isolamento e na saúde mental.
A recetividade foi “muito boa” e, por agora, o projeto arranca com 60 doentes, mas o desejo é que possa ser alargado. “É importante levar estas iniciativas até às pessoas das freguesias mais distantes do centro da cidade”, concluiu Celeste Marinho.
As dores osteoarticulares que afetam articulações e ossos são frequentes na população adulta. São multifatoriais e necessitam de muitos recursos em saúde, com consultas, medicação e tratamento fisiátrico. Acarretam ainda sofrimento físico e mental na população afetada. A atividade física adequada, como é o caso do projeto “Finta a Dor”, pode melhorar significativamente a qualidade de vida dessas pessoas, aliviando a dor, melhorando a mobilidade e fortalecendo os músculos ao redor das estruturas físicas afetadas.
