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Ouvi há dias, não muitos, a Economista Susana Peralta, dizer sobre os resultados do P.I.S.A: “Portugal está-se nas tintas para a Escola”.

Nesse dia, como em tantos outros, concordei com ela. Recordei, como recordo sempre, que o Ensino devia, deve ser de modo a fazer sentir aos alunos que aquilo que se lhes ensina é uma dádiva preciosa e não uma amarga obrigação… Também por isso, hoje, o ser humano está a regredir em termos cognitivos e de capacidades intelectuais. Hoje, as pessoas estão mais disponíveis para ver ou ler sobre aquilo que sentem mais na pele e, queiramos ou não, quanto mais o sistema escolar investe em computadores, menos melhoram as aprendizagens dos alunos e os resultados estão à vista…

Por isso também, a Escola está cheia de professores que não querem ler, que não motivam para a leitura e/ou para a escrita. Está cheia de professores desmotivados, cansados, fartos dos livros que deveriam ajudar a ler e que, tantas vezes, ainda não leram… Tantas horas gastas em burocracias que não servem para nada e tanto tempo a impingir um ecrã que nunca conseguirá suprimir a necessidade da leitura tradicional…

Mesmo que eu tenha deixado a actividade docente há tanto tempo, não consigo deixar de tentar ensinar… Porque acho que a Escola está mal, os programas e actividades paralelas que cumpri na íntegra já quase desapareceram e hoje, com surpresa,vejo que a Escola é outra, diferente, para muito pior… Não deixei de acreditar que o aluno tem sempre de ser envolvido no acto de aprender e por isso terá sempre de ter um Professor que o guie, que seja uma inspiração!

Apresentei muito recentemente o meu último livro, dirigido, sobretudo, a Professores e alunos do Secundário. Porque ainda não desisti de aprender para ensinar, contava com a participação massiva de gente que aprende porque tem de ensinar. Não foi bem assim. O auditório esteve quase cheio de gente fixe, diferentes dos que nunca vêem nada, dos que não vão à Sexta, preferindo o sábado, dos que vêem chover e preferem o sol…  Dos que não querem sair à noite porque o dia é melhor… Não importa, mas recuso o mundo actual que está cheio de elogios postiços que desperdiço. Que está cheio de amigos que só estão quando isso lhes interessa de modo particular… Hoje, os amigos, os interessados sobretudo, já perderam a vergonha para inventar desculpas que não aquecem a alma. Por isso, nesse dia,num momento certo, desliguei o telemóvel. Porque prefiro “o estar contigo” autêntico, que dura muitos anos, talvez para sempre…

Agora, pode parecer que estou a falar de nada e estou, na verdade, a falar de um tema muito importante no contexto actual: o valor de um livro como ferramenta indispensável para a formação educativa. Bem sei que “trabalhar” com livros, hoje, requer muita paixão, uma certa dose de sentimento romântico, talvez. Faço-o mesmo assim. Porque o livro, para mim, continuará a ser um bem essencial. Sempre!

Por tudo, outra vez, muito agradecida aos que me ajudaram! Muito grata a todos os que quiseram estar comigo! Pelo comentário muito oportuno que ouvimos! Muito feliz e orgulhosa pela Maria Rita, minha neta, que, magistralmente,soube substituir os adultos que não souberam ou não quiseram dizer: Estou aqui.

Tentarei continuar…

 

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