Os ingredientes principais estão lançados em discussão pública: recuperação e resiliência são as metas encontradas para reanimar a economia, criando mais emprego e potenciando as atividades económicas, e para iniciar a construção do futuro, resolvendo alguns dos problemas estruturais do país.
Num pacote que se designou por Plano de Recuperação e Resiliência e que constitui apenas uma parte dos fundos comunitários que Portugal terá à sua disposição nos próximos anos, pretende-se alavancar o período pós pandemia, recuperando os diversos setores económicos e sociais que viram o seu crescimento ser seriamente comprometido com a interrupção mundial e retomando o importante trajeto de modernização e qualificação das nossas estruturas.
Simultaneamente, importará perspetivar nesta oportunidade de investimento da União Europeia, a possibilidade de desencadear reformas estruturais no país, sobre eixos que foram sendo esquecidos ou que reclamam uma intervenção com urgência. Podemos falar de áreas decisivas para o bom funcionamento do Estado, como podemos ainda falar daqueles que são os principais pilares de uma sociedade igualitária, mais justa e ainda mais completa.
Uma sociedade onde devemos procurar disponibilizar cuidados de saúde para todos, reforçando um Serviço Nacional de Saúde que continua a ser uma das maiores conquistas, um país com as mesmas oportunidades de norte a sul, através de melhores infraestruturas, acessibilidades e transportes, mais eficientes e sustentáveis, e um território onde o direito à habitação seja plural e justo. Um caminho que se fará adaptado a um denominador comum a todos os investimentos, centrado na transição energética, na descarbonização e na digitalização.
Encontramos, para atingir os referidos objetivos, 3 grandes dimensões, concentradas na Resiliência, Transição Climática e Transição Digital, a ser concretizadas em 19 componentes integradas em 36 reformas e 77 investimentos.
A abertura desta discussão aos contributos dos portugueses é uma boa notícia, que deve merecer a nossa atenção e participação. O testemunho real de quem sente os efeitos desta pandemia e que sabe as dificuldades que condicionam a sua área de intervenção será a melhor influência para uma decisão mais assertiva e próxima das necessidades atuais e de futuro.
Assim se fará o país do presente e do futuro com aqueles que realmente o fazem e sentem diariamente. Vamos mobilizar-nos para que ninguém fique para trás.
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