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Começo a escrever e, quase em simultâneo, começo a hesitar… Devo ou não devo escrever? Claro que sim, parece-me que é mais forte do que eu, ser capaz de dizer o que penso, sem rodeios ou hesitação, sobre um tema que persiste. Em cada ano escolar.

Acabou de ser apresentado publicamente o ranking das Escolas e, como de costume, fico triste com o que vejo. Porque, quase nada do que é publicado me importa, porque o que vejo é, em si mesmo, uma distorção completa da realidade educativa do país. Porque, ainda acredito que não se pode comparar o que não é comparável…

Como começo, acho estranho que, mais uma vez, o Ranking das Escolas seja divulgado na data das inscrições dos alunos para um ano lectivo próximo. E faço já a primeira pergunta: Isto, o que acontece em cada ano, faz-se por acaso ou por coincidência? Eu fico a pensar…

São vários os meios de comunicação social que fazem rankings das Escolas e os critérios variam sempre. Para cálculo da média de cada Escola são considerados os alunos que se candidatam ao Ensino Superior e, ultrapassados muitos factores que condicionam as Escolas, Públicas ou Privadas, o sucesso não é, sempre, exclusivo das Escolas Privadas. Porque um ranking, qualquer que ele seja, não pode ser feito, nunca, apenas pelos resultados dos exames. Uma Escola é, sempre, muito mais que isso… Por isso afirmo que os rankings não dão, sempre, as respostas todas e por isso entendo que essa tarefa deverá servir, sobretudo, para que os professores e todos os agentes envolvidos, possam reflectir sobre o que é a Escola. Cada Escola, sempre, seja pública ou privada!

Na minha opinião, se o que aparece publicado não serve para quase nada, o que se mostra poderá ou deverá, uma vez por ano, proporcionar um debate sobre o que é a Educação e, como complemento, incentivar um debate sério sobre os resultados das aprendizagens e uma reflexão conjunta, séria, sobre o processo do ensino-aprendizagem.

Assim, por inteiro, naturalmente. Todos deveremos saber que os rankings são um instrumento de escrutínio com limitações e por isso, nunca chegaremos a concluir, com certeza, qual é a melhor Escola… Porque os instrumentos de avaliação nunca são perfeitos e porque cada Escola funciona como um todo, logo, quase impossível de descortinar!

Os rankings anuais funcionam como uma espécie de fotografia de cada ano lectivo e, sabemos, isso é útil mas também é limitado. Qualquer avaliação, interna ou externa, deverá, deveria, ser pensada para o longo prazo e, se o escrutínio que se faz ajuda ou acrescenta à reflexão para melhorar, sempre, a aprendizagem. Que cada Escola possa reflectir sobre o que ensina e depois, naturalmente, o que se avalia.

Com os respectivos pais e professores, hoje, é muito fácil concluir que as Escolas continuam sob pressão, com professores saturados, desmotivados, fartos de burocracia… Falham algumas regras indispensáveis na organização e na gestão da sala de aula, esquece-se a importância dos Psicólogos e até dos Assistentes Sociais, indispensáveis para educar emoções… Mesmo que tudo, ou quase tudo, pareça muito natural, a Escola Pública e/ou Privada, ainda tem de educar os pais e todos os alunos, todos, têm mesmo de saber que estudar, funciona… A Escola não pode divorciar-se da vida! E é nisso que temos de reflectir!

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