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Nuno Ribeiro, o ex-diretor desportivo da equipa de ciclismo W52-F. C. Porto, continuou a ser ouvido, esta quinta-feira, no âmbito do julgamento da operação “Prova Limpa”, que senta no banco dos réus 26 arguidos, entre os quais ex-ciclistas, e que decorre num pavilhão anexo ao Estabelecimento Prisional de Paços de Ferreira.

Depois de ter prestado declarações há 10 dias, pela primeira vez, no momento em que acusou Adriano Quintanilha, o patrão da W-52 de financiar e incentivar o doping em toda a equipa para que obtivessem bons resultados nas provas desportivas, Nuno Ribeiro voltou a reiterar ontem estas declarações, garantindo ainda que na W52-F. C. Porto “todos os ciclistas se dopavam” e que tal facto era do conhecimento de “toda a estrutura” da equipa, mas não de Pinto da Costa, que desconhecia o esquema. “Cheguei a falar algumas vezes com os ciclistas, para que parassem, mas eles diziam que não andavam se não o fizessem”, disse o ex-diretor desportivo, negando, contudo que os tivesse instigado a consumir tais substâncias ilícitas e que as mesmas chegavam aos quartos, para ficaram à disposição dos atletas, pelas mãos dos massagistas da equipa.

O também ex-ciclista, vencedor da Volta a Portugal de 2003, disse na anterior sessão do julgamento, que estava a ser pressionado e ameaçado por Adriano Quintanilha e que este lhe ofereceu dois mil euros por mês, durante dois anos, para que este “assumisse a culpa toda”. Ontem, no Tribunal, Nuno Ribeiro voltou a mostrar-se receoso, mas garantiu que voltava a dizer tudo o que disse no seu primeiro depoimento, “pois é fiel, é a verdade dos factos”.

Prática instalada

Ao longo do julgamento, vários ciclistas – caso de Samuel Caldeira, Ricardo Mestre, vencedor da Volta a Portugal em 2011, Ricardo Vilela, entre outros – prestaram depoimento e confessaram o uso de substâncias, assim como a realização de transfusões de sangue. Disseram ainda que era uma prática instalada no seio da equipa, e que era do conhecimento de Nuno Ribeiro

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