Em cada ano, num dia qualquer de Abril ou Maio, os jornais diários enchem páginas com o ranking das Escolas e, por mais que eu diga que isso não é significativo, não deixo de ver os resultados que estão expostos e que vão dominar, ou não, novos rankings de superação.
Eu sei, quase todos sabemos que as listas das Escolas dominam, ou não, os novos rankings e há, outra vez, listas de Escolas que superam, ou não, o já esperado…
Sei também que tudo o que é anunciado ou divulgado, não é mais que um guia de leitura que poderá, ou não, interessar…Aqui, a Matemática faz-se com uma perna às costas, ali o Português não ficou bem colocado e, também por isso, alguns sonhos perdem-se mais cedo que o esperado…
Há Escolas que sabem superar-se, outras capazes de combater a interioridade e, outras ainda, parecem poder apoiar o que os alunos têm para decidir… Os problemas, diversos, surgem em paralelo com as disparidades regionais e, muito sinceramente, o meu jesto de folhear o jornal e de olhar, quase disfarçadamente, a lista que se apresenta, não passa, não pode mesmo passar de um mero indicador, verdadeiro ou falso, do que as Escolas vão fazendo e, mais ainda, do que lhes é possível divulgar…
Então, analisando assim, porque folheio e até assinalo, as Escolas públicas e privadas, que são registadas nestas muitas páginas que enchem os jornais num qualquer dia de Abril que eu nem esperava? Oh…porque lidei quase quarenta anos com a Escola pública, porque tenho cinco netos que, quase todos ainda, se prendem a estes mapas, com Escolas e disciplinas em que as médias contam muito para o acesso à Universidade… Afinal, porque, mesmo que me pareça que nem tudo o que se divulga me interessa, a curiosidade continua a impor-se e, repito, a análise que faço em cada ano, não deixa de me surpreender. Quase…
As listas que se publicam parecem querer mostrar que há Escolas, públicas e/ou privadas que têm mais ou menos sucesso e, mesmo que o problema da colocação e formação dos professores aparente não estar presente, com mais ou menos atenção, essas análises podem estar presentes! Não acredito quase nada nas médias que são anunciadas, discordo das taxas de superação que são divulgadas para alguns estabelecimentos de Ensino privado e, mesmo que não pareça, as instalações também contam, os horários disponíveis poderão ou não satisfazer os professores concorrentes e, um professor motivado, responderá mais facilmente à sua função de ensinar…
Continuo a olhar as páginas do jornal e leio que “É tudo muito intenso” e que ” Alguns sonhos perdem-se cedo”… Então, quem são os culpados? Porque motivo a situação do Ensino/aprendizagem continua assim? Não, não é com a divulgação do ranking das Escolas que se avaliam as dificuldades dos alunos e professores… Não é com esta lista enganadora de resultados e colocação das Escolas que se chega ao propósito fundamental, isto é, ao objectivo primeiro e essencial para a aprendizagem. Mais ou menos Escolas do Estado; Menos ou mais negativas na Escola Pública; Mais ou menos professores efectivos; Mais ou menos alunos desfavorecidos; Mais ou menos manuais de apoio; Sim ou não ao Ensino Privado; Sim ou não ao Ensino Público… Não encontro nada, quase nada sobre estas questões fundamentais, sobre estes parâmetros que interessam muito e que nunca entram nas páginas e nas colunas dos rankings que se projectam nas páginas dos jornais! Enquanto eu não souber, exactamente, como se chega a estes resultados publicados, tudo o que aparece nestas listas não conta quase nada para mim…