O auditório do Museu Municipal de Penafiel encheu-se, na tarde deste domingo, para acolher uma recriação da Noite da Má Língua. Júlia Pinheiro, Rita Blanco, Rui Zink e Manuel Serrão encerraram uma semana de iniciativas realizadas no âmbito do Escritaria, o festival literário promovido pela Câmara Municipal de Penafiel que, nesta sua 16.ª edição, prestou homenagem a Miguel Esteves Cardoso.
Era um dos momentos mais esperados do Escritaria e foram centenas de pessoas que marcaram presença para assistir à recriação de um programa que, nos idos anos 1990 se tornou uma referência da televisão portuguesa pelo humor descomprometido. Júlia Pinheiro, Rita Blanco, Rui Zink e Manuel Serrão, discutiram a atualidade, num evento que homenageou o colega de programa Miguel Esteves Cardoso, “o abençoado e eterno petiz”, como classificaram.
Depois de serem recordados vários momentos do programa, foi com muito humor e boa disposição que o painel discutiu temas importantes da atualidade. Falou-se da primeira Miss Portugal transexual, de Marcelo Rebelo de Sousa e de vários momentos da atualidade política nacional, mas também da homenagem que o município de Penafiel prestou a Miguel Esteves Cardoso. “É engraçada esta homenagem a Miguel Esteves Cardoso porque havia pessoas que mereciam muito mais. Mas também só à 16.ª vez, quando esgotaram os outros, é que convidaram o Miguel”, brincou Rui Zink.
No final do programa – que foi transmitido durante cerca de quatro anos na televisão e, depois de mais de 25 anos de interregno, foi agora retomado, há dois anos, num podcast, o grupo escolheu como “Morto da Semana”, Miguel Esteves Cardoso e para “Falecido da Semana” José Alberto Carvalho”. “A Noite da Má Língua”, em Penafiel, terminou com música, com o quarteto com chapéus de marinheiro na cabeça, a cantar “O Barquinho Da Esperança”, uma música escrita por Miguel Esteves Cardoso que as Doce levaram ao Festival da Canção em 1984.
No final, Antonino de Sousa, presidente da Câmara Municipal de Penafiel, fez um balanço “muito positivo” da iniciativa. “Esta 16.ª edição foi extraordinariamente participada e vivida de forma muito presente, muito emotiva e isso deve-se ao homenageado, que marcou toda uma geração, tem uma forma muito especial e singular de encarar a vida e o mundo e que ao longo da sua vida passou por diferentes dimensões das artes, granjeando uma legião muito grande de admiradores”, concluiu o autarca.