Uma criança de tenra idade que pouco excedia os dois anitos, acompanhado de um cão pouco mais que rafeiro e posto de lado, negligenciado como guia privilegiado e animal fiel impedido, desapareceu de casa de seus pais e partiu em busca de se encontrar com o seu progenitor que trabalhava por lá, enfiando-se por caminhos e arbustos que não dominava.
Passadas muitas horas, quase dois dias, e alertadas pela mãe as Autoridades, em prontidão para partirem em busca da criança tenrinha apenas fardada com com o que vestia depois de ter arrancado “à aventura” entrelaçada por uma fralda, umas a pé outras montadas a cavalo, equipadas de azimutes, mapas militares, drones, cães treinados e com faro de mestre especial capaz de cheirar um bom tinto de uma tasca por entre um “pata preta” ali nas imediações que logo o faria ladrar e convocar os da “Ordem e da Segurança” para o repasto, não foram capazes de nesse tempo contado, debaixo de mil olhares de Forças de Segurança(!), bombeiros em folga de fogos que hão de chegar, calcorrearam quilómetros e mais não sei quantos metros na tentativa de achar o bébé desaparecido.
Durante essas mais de trinta horas em que o Noah se ia despindo pelo caminho e se despia peça a peça como quem deixava sinais para se deixar “apanhar” por quem o perseguia, ora agora uma pegada firme na lama da má rota, ora uma fralda suja, uma bota larga, ninguém daquelas Forças foi capaz de lhe deitar a mão e o braço amigo e muito esperado afecto, à criança procurada.
As hipóteses dos “Comandos” e os gabinetes das chefias, comentadores de tv pimba, eram muitas e medíocres, como se veio a revelar. Afinal, o rapazinho já tinha atravessado vales e montes, riachos e rios, mas não chegara ao Funchal certamente.
Ele tinha que estar por ali, excluída a hipótese Maddie, com as águas a bater-lhe nos pés cheios de lama, ou enfiada num buraco e ferido dos espinhos. Foi necessário que um pequeno grupo de amigos e “batedores de terrenos agrícolas e lenhadores de dificuldades”, solidários e condoídos por certo, metendo eles também os pés ao caminho, sem instrumentos nem cães fardados, foram quem deram com o “pequeno menino de sua mãe”, perdido, e o entregaram são e salvo às Entidades já gastas e mal preparadas mas bem pagas para darem a notícia que nós tanto desejávamos – a descoberta do Noah.
Logo de seguida os microfones foram apontados aos “finórios da Comunicação” para darem a sua versão e atribuírem-se para dentro da Solução e do êxito conseguido. Chega o INEM e faz o rescaldo, levando a criança esfomeada e desidratada para um Centro de Saúde para o restabeleceram e fortalecerem para que ele possa voltar a brincar com os pais e o seu cão e junto dos seus amigos, que ali por onde mora poucos serão.
O PR – Marcelo, não pode fazer o discurso habitual já que esse segue as pisadas do Futebol de acordo com a agenda do Selecionador da equipa quinada. Noah salvou-se graças à sua resistência rural, e ao voluntariado de uns bons homens que acreditaram na possibilidade de encontrarem-se com o “menino de sua mãe” sem Chefes e condecorações ao peito a estralejar na quase noite fria e cheia de emoção.
Obrigado Homens valentes por chegarem sem serem notícia e continuarem quase anónimos, como são os verdadeiros heróis tantas vezes, sendo que nesta “epopeia” o único Herói se chama Noah!
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