radio pirata

No Dia Mundial do Teatro – que se assinala hoje, dia 27 de março – a companhia de teatro Astro Fingido faz subir ao palco do Centro Cultural de Paredes, a peça “Rádio Pirata”.

Ao Jornal IMEDIATO, Fernando Moreira, natural de Lordelo, no concelho de Paredes, e um dos diretores da Astro Fingido, uma Companhia de Teatro que ajudou a fundar e que tem sede no concelho de Paredes, salientou que neste Dia Mundial do Teatro importa “apresentar alguma coisa nova”. “Para nós faz todo o sentido subir ao palco com uma nova peça porque este dia tem que se comemorar, não só pelos artistas, mas pela resistência, diversidade e pelo teatro, enquanto arte humanista, preocupada com o indivíduo e com uma sociedade humanista.

Neste Dia Mundial do Teatro, há sempre uma mensagem de um criador teatral que é divulgada e lida por todo o mundo, em todos os teatros, antes da apresentação. E, este ano, a mensagem é da autoria do grego Theodoros Terzopoulos e, segundo Fernando Moreira, é uma mensagem plural, que vai no sentido de contagiar as pessoas, ligando-as, humanizando-as, num tempo de redes sociais e tecnologias. “E o teatro cria um vínculo em sala único, o fazedor de teatro comunica diretamente para o espetador e a mediação é feita através da obra artística”, referiu, assegurando que lhe interessa “continuar neste desafio e desafiar o espetador a ter um papel ativo”.

Segundo Fernando Moreira, o “teatro tem crescido muito”. “Há mais pessoas a ir ao teatro. A Astro Fingido é uma companhia de teatro profissional sedeada em Paredes e temos feito muito em termos de território e com os teatros amadores e há um diálogo muito positivo entre nós e há cada vez mais gente. Há mais pessoas a ir ver teatro o que gera também maior produção de peças e é muito importante que se tenha em conta também a temática do território, falar do território desperta afetos, ajuda a cativar o espetador porque falamos de coisas mais próximas que despertam mais interesse”, concluiu.

E a peça “Rádio Pirata” é um bom exemplo, já que retrata experiências vividas por Fernando Moreira enquanto jovem. Conta a história de centenas de rádios que começaram a emitir, sem licença, após o 25 de abril. Aproveitando a transformação política que se operou em Portugal, estas começaram a promover um discurso descentralizado no processo de construção da democracia.

Esta criação aborda o surgimento das rádios piratas em Portugal, particularmente no norte do país, nas décadas de 70 e 80, partindo da recolha de testemunhos junto dos precursores das rádios locais.

Alguns dos membros da equipa participaram, enquanto jovens, deste processo de emancipação que permitiu ouvir outras músicas e debater temas até então ausentes da comunicação social. Estes jovens senfilistas construíram os próprios equipamentos, fizeram estúdios improvisados, emitiram nos seus tempos livres, fazendo da rádio um hobby, criaram concursos extravagantes, fizeram falar grupos sociais marginalizados, apelando a uma participação mais ativa no espaço mediático por parte das populações.

 

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