O motorista de um autocarro em que seguiam adeptos do Futebol Clube Paços de Ferreira foi agredido, este domingo, pelo corpo de intervenção da GNR, acabando por ser detido. A GNR abriu um inquérito interno para apurar o sucedido.
O incidente ocorreu quando os adeptos pacenses, já no interior da viatura, abandonavam o estádio do Clube Desportivo das Aves, onde a sua equipa venceu por 3-1.
Ao que o Jornal IMEDIATO apurou, o episódio sucedeu no percurso do autocarro logo após deixar as proximidades do recinto do jogo, sob escolta da GNR até à entrada da autoestrada.
Neste percurso, terão sido arremessadas garrafas do interior do autocarro , que atingiram adeptos avenses. A GNR, ao aperceber-se do sucedido, deu ordem de paragem ao condutor do autocarro e pediu-lhe que abrisse a porta do veículo, o que este se terá recusado a fazer.
Perante o sucedido, os militares forçaram o homem a sair do autocarro e, quando conseguiram, tentaram proceder à sua detenção.
Terá sido neste momento que o homem foi imobilizado pelas forças de segurança, alegando resistência, coação e desobediência, ao não ter acatado as ordens dos militares para abrir as portas do veículo.
Segundo Pedro Costa, dono da empresa de autocarros, o homem ficou com um braço partido e está “perturbado”, pois sofreu “agressões bárbaras” por parte dos militares. Segundo este, o motorista parou o veículo devido à confusão e foi “estupidamente detido e agredido” pelos membros da força de intervenção da GNR.
Em vídeos publicados nas redes sociais, filmados por adeptos do interior do autocarro, é possível ver o motorista no chão, com a camisa aberta, a ser arrastado e agredido por um grupo de militares da GNR, sendo possível ver um deles a usar um cassetete contra o homem.
Paulo Menezes, presidente do clube pacense, afirmou ao IMEDIATO que é “lamentável tudo aquilo que é possível ver nos vídeos, porque nada justifica a brutalidade contra o motorista”.
O dirigente adiantou também que esta segunda-feira de manhã foram abertos dois processos judiciais, um por parte das autoridades contra o motorista e outro por parte do detido contra a conduta dos militares.
“As forças de segurança deviam ser um garante da legalidade, não a fonte da própria ilegalidade”, considerou Paulo Menezes, que afirma que o clube está “solidário” com o motorista.
Contatada, a GNR afirmou que foi aberto um processo interno para averiguar as circunstâncias da ocorrência.