A proprietária de um lar de idosos situado no primeiro andar de um prédio em Raimonda, Paços de Ferreira, que continua a funcionar mesmo depois da Segurança Social ter ordenado o seu encerramento devido a falta de condições, disse ao Jornal IMEDIATO que remeteu para o Tribunal a ordem de encerramento, e nega maus tratos aos sete utentes que ali residem.
A polémica foi aberta pelo vice-presidente da autarquia, que tornou público que o espaço continuava em funcionamento, quatro meses depois de ter sido ordenado o seu encerramento, na sequência de uma denúncia feita pela autarquia em junho do ano passado. “Os idosos estavam em condições miseráveis e o nosso primeiro passo era tudo fazer para encerrar o espaço e impedir que a saúde, a dignidade e a vida de vários idosos continuasse em risco”, disse ao Jornal IMEDIATO Paulo Ferreira, o vice-presidente da autarquia, explicando que remeteram o caso para o Ministério Púbico e Segurança Social que ordenou o encerramento do espaço. “Infelizmente, e desde esta ordem até à presente data também já passaram mais quatro meses e o espaço continua a funcionar”, lamentou o vice-presidente.
“Sinto-me injustiçada”
Contactada pelo Jornal IMEDIATO, Rosa Silva, a proprietária da casa de acolhimento de Raimonda, negou as acusações de que foi alvo, explicando que quando receberam a visita da Segurança Social prestaram todos os esclarecimentos, forneceram “todos os documentos pedidos”, tendo-lhes sido dito que teria de colocar um elevador no edifício. “Disseram-nos que o espaço não cumpria os requisitos para essa atividade, por não ter elevador e ficamos com essa indicação para resolver o problema”, frisou, explicando que depois recebeu a ordem de encerramento do espaço, mas recorreu da decisão para o tribunal, estando o processo a decorrer.
Contudo, Rosa Silva mostra-se indignada com as acusações que lhe têm sido feitas e nega maus tratos aos utentes. “É mentira que os utentes sejam mal tratados ou passem fome. Não existem queixas dos utentes. Sinto-me injustiçada com estas calúnias que estão a pôr em causa a minha tranquilidade e a dos meus utentes”, frisou a mulher, que pondera agora judicialmente contra os autores das mesmas.
O Jornal IMEDIATO pediu esclarecimentos à Segurança Social, mas ainda não obteve resposta.