José Mota, técnico natural de Lordelo, assinalou o seu centésimo jogo ao comando do Leixões Sport Club, que atualmente disputa a II Liga. O treinador chegou ao Estádio do Mar na época desportiva 2008/09, altura em que levou o clube à segunda melhor classificação da sua história.
Na sua primeira época a liderar a equipa leixonense, o técnico orientou a equipa em 36 jogos, 14 deles vitórias. Já em 2009/2010 esteve presente em 23 jogos, com quatro vitórias.
O treinador lordelense regressou à equipa a meio da época passada, realizando 21 jogos, oito deles resultantes em vitórias para o Leixões. Na corrente época, José Mota levou a equipa a 20 encontros desportivos, contando com sete vitórias.
A marca do centésimo jogo foi alcançada no passado domingo, frente ao Casa Pia. Os leixonenses perderam por 1-0 e ocupam a 14ª posição da tabela, com 18 pontos.
José Mota, um nome incontornável do futebol na região
É um nome incontornável do futebol português e indiscutivelmente uma das figuras com maior peso na história de dois clubes da região: o Aliados FC de Lordelo, onde deu os primeiros toques na bola, e o FC Paços de Ferreira, a que dedicou duas décadas da sua vida enquanto jogador e técnico.
“O FC Paços de Ferreira foi o clube que me deu tudo. Eu sou sócio de apenas dois clubes, do Paços e do Aliados, são os que gosto e que, quando consigo, vou ver jogar”, começou por dizer o técnico de 57 anos, que atualmente comanda o Leixões SC.
Do longo currículo enquanto atleta e treinador, é difícil escolher os momentos favoritos, partilhou o lordelense com Armindo Calção, durante a sua participação no programa desportivo «Sistema Tático», do IMEDIATO.
Contudo, certas conquistas entram certamente na “lista”, garante: o momento em que, com 23 anos, assinou pelo FC Paços de Ferreira e deu “um passo muito importante” na carreira, quando em Chaves conquistou a II Liga na primeira época enquanto treinador e, “claro”, a concretização do “sonho de menino”, quando levou o Desportivo das Aves à vitória da Taça de Portugal.
“Queria que o FCPF fosse o clube do Vale do Sousa”
Falando sobre a grande evolução do futebol nas últimas décadas, nomeadamente com a atenção a áreas como nutrição, fisioterapia ou scouting, o treinador sublinhou a mudança de atitude nos clubes, especialmente no FC Paços de Ferreira.
“Eu tinha uma ideia para o Paços de que falava muitas vezes: torná-lo o maior clube do Vale do Sousa, que na altura não era”, contou no «Sistema Tático». Segundo José Mota, um dos fatores que contribuiu para esse objetivo foi a aposta na formação.
“Tenho em casa uma fotografia com 11 jogadores de Paços de Ferreira. Isto dá-me um gozo enorme, ainda dá, treinar uma equipa com gente da terra”, partilhou.
Contudo, os 22 anos que José Mota dedicou ao clube pacense não foram sempre repletos de momentos felizes e conquistas. O técnico ainda guarda com alguma “mágoa” as recordações da sua saída do comando dos Castores, quando foi “praticamente mandado embora” pela direção.
“Foi o momento mais triste que tive a nível desportivo, porque abdiquei de muitos convites para outros clubes que lutavam por ambições maiores. Já me disseram que geri mal a minha carreira, mas não consegui sair, estava muito relacionado e envolvido no clube”, partilhou.
José Mota afirmou ainda que esteve próximo de regressar ao FCPF. “Gostaria muito de voltar, é um clube que amo e onde dei mais de mim”, disse. Recorde a participação de José Mota no programa desportivo «Sistema Tático».