O SC Freamunde vive dias muito conturbados e a extinção do plantel sénior começa a ganhar corpo. Os jogadores do plantel da equipa da Divisão de Elite da AF Porto estão com vários meses de salários em atraso e alguns já foram despejados das habitações. Esta situação dramática foi denunciada pelo treinador Pedro Barroso a uma rádio local e aconteceu na véspera da receção ao Aliados de Lordelo, que terminou em derrota, por 2-3.
“Cinco jogadores do plantel foram despejados de casa e três deles tiveram que dormir no meu gabinete. Quem deu o pequeno-almoço a estes jogadores fui eu, no próprio estádio. São coisas ridículas que estão a acontecer”, referiu o técnico, em declarações à Marcoense FM.
A desilusão do treinador reflete-se nas palavras quando se diz sentir enganado com o projeto que lhe foi apresentado no início da temporada. “Venderam-me um sonho, mas estou a viver tudo menos um sonho”, lamentou, acrescentando que “há coisas incríveis que se estão a passar, que eu não gosto de mencionar, mas esta tinha de mencionar, porque depois, no momento em que estão a jogar, é-lhes cobrado todo o potencial que têm, e que não conseguem explanar em jogo, devido à instabilidade que vive no seio da equipa”.
A situação parece não ter resolução nos próximos tempos e isso poderá levar à saída do treinador.
“Se as condições não melhorarem, naturalmente que não temos mais margem, porque estamos a abdicar de tudo. Abdicamos da família para irmos aos jogos para olharmos pelos outros e deixamos os nossos em casa”, sublinhou.
Aliás, o sentimento de proximidade de Pedro Barroso a alguns jogadores tem sido o suporte de continuidade no clube. “Levei a equipa técnica, levei o departamento médico, tenho uma série de jogadores que também foram comigo para o projeto e as coisas tornam-se difíceis, porque existe aqui o lado emocional que nos liga a todos”, referiu à Marcoense FM.