Modelo Opiniao

No seguimento do artigo publicado na edição anterior, a história das Jornadas Mundiais da Juventude (JMJ) foi muito mais além das fronteiras de Lisboa.

Na semana que antecedeu a realização da JMJ, milhares de jovens, vindos das mais variadas partes do mundo, foram distribuídos pelo país, desde Bragança a Faro, Covilhã aos Açores, para aquilo que foi chamado de pré-jornadas. De repente, há um evento de projeção mundial realizado em Portugal que não se limita às cidades e ao litoral, mas que se expande até às aldeias mais escondidas do interior ou às ilhas dispersas no oceano. Todos os portugueses, sem excepção, foram chamados e foram agentes ativos neste evento, como nunca tinha acontecido. Se olharmos bem, fazendo uma memória histórica, recordamo-nos da Expo98 que se limitou à cidade de Lisboa… ou o Euro 2004, que envolveu apenas capitais de distrito, e todas elas, do litoral ou próximo… ou, mais recentemente, a Eurovisão, organizada, mais uma vez, em Lisboa… E outros exemplos que demonstram a centralidade da realização dos megaeventos. Desta vez, tanto as cidades, como as serras, foram locais de acolhimento, partilha e cultura no nosso país.

A exemplo disso, recordo-me de, no fim de semana anterior ao da JMJ em Lisboa, vir a Paços de Ferreira. Sabia que os meus pais se tinham oferecido para ser família de acolhimento. Tinham partilhado comigo muitas das dúvidas à volta desta decisão: a começar por colocar dentro de casa pessoas completamente desconhecidas, depois questões relacionadas com a língua e comunicação, mas também outras de cariz mais cultural ou, até mesmo, gastronómico. Dúvidas que não eram só deles, mas sim das muitas famílias que ponderaram e/ou aceitaram esta aventura durante uma semana.

Os meus pais acabaram por acolher quatro peregrinas francesas, integradas num dos grupos que vieram para a nossa região. Durante esses dias fui falando com eles sobre como estava a ser a aventura e fui-me apercebendo do entusiasmo crescente. As barreiras linguísticas ultrapassadas pelo google tradutor, as histórias hilariantes de enganos quando tentavam exprimir coisas na língua uns dos outros, a partilha de tradições, histórias e culturas durante as refeições. Acima de tudo, o sentimento de casa cheia diariamente, contrário àquele vivido normalmente com o esvaziar da casa e a saída dos filhos para diferentes cidades. As dúvidas, tinham dado lugar às certezas: estavam a ter uma aventura e oportunidade única e marcante para a vida!

 

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