O Sport Clube de Freamunde anunciou que chegou a acordo com um investidor estrangeiro para a venda de 80% das ações da Sociedade Anónima Desportiva (SAD). Jaime Marcelo Conceição, ex-lutador de MMA brasileiro, é, através da sua empresa J Winners, o novo gestor da SAD.
Em entrevista ao IMEDIATO, o investidor da Sport Clube Freamunde, Futebol SAD deu a conhecer o seu projeto e expectativas face a esta nova aventura.
– Como surgiu a oportunidade na SC Freamunde?
Sempre tive um plano de expansão da minha empresa e queria ser acionista de uma SAD. Fiz uma tentativa em 2014 no Leixões, mas infelizmente a diretoria à época não tinha uma conduta correta. Depois de muito tempo vim a pesquisar e através de um amigo acabei por chegar ao Freamunde. Fiz uma pesquisa, gostei da região, da história do clube e vi uma possibilidade de projeto a longo prazo.
– Em que ponto se encontra o processo?
Já assinamos o contrato de venda das ações e agora estamos numa fase de transição, em que passo a ter acesso a documentos que até agora não tinha para entender o mecanismo que vamos utilizar já para a próxima época. Tenho a certeza absoluta de que nós temos boas condições no SC Freamunde de fazer um bom trabalho. Quando se fala de um clube que atua nos distritais, costuma-se falar como se fosse um clube amador e a minha intenção é mesmo nessa divisão sempre ser profissional para que devagar possamos conseguir.
– Quem vai integrar a administração da SAD?
A nossa empresa é brasileira e atua em vários países, o mundo para nós não tem uma fronteira, mas respeitamos muito a questão da tradição e da história. Se não tivermos um elo de ligação entre a empresa, SAD e clube, fica difícil. Por isso, o Carlos Martins permanece.
– Quais os objetivos para a próxima época?
O nosso principal objetivo neste momento de transição é implementar algumas coisas para a próxima época que já possam dar esse sentido mais profissional, como maior qualidade de treino, melhorar as condições da relva, transformar o ambiente para que o atleta compreenda que todos os jogos são uma batalha.
Eu acho que nunca se deve dizer as palavras “vamos lutar pela subida” porque na verdade temos sempre de fazer o nosso trabalho para vencermos e tendo bons resultados, naturalmente acabamos por subir. O objetivo é fazer um trabalho sério, profissional, e pouco a pouco os resultados vão aparecendo.
– O seu nome está conotado em Portugal com outro clube. O que aconteceu no Leixões?
É muito simples. Na ocasião, o presidente à época queria vender as ações mas continuar lá. Quando fechei o negócio foi-me apresentado um plano do PER e quando assinei o contrato foi-me apresentado outro.
Mas uma coisa aconteceu: quando eu cheguei ao Leixões disse que ia colocar os salários em dia e coloquei, mas era difícil conviver com quem presidia à SAD e ao clube e depois ficou comprovado que o problema não era eu, basta ver o rumo que deram para o clube depois da minha saída.
– Quais pensa que vão ser os maiores desafios que vai ter pela frente? Os Processos Especiais de Revitalização e tornar o clube rentável?
O PER não é um desafio porque nos foi entregue de uma forma transparente e que basta darmos sequência. Penso é que o maior desafio vai ser dar uma inovação nessa divisão, tratar o SC Freamunde como um clube profissional. Porque que tipo de clube é amador se consome milhares de euros? Está na hora de mudar essa visão e entender que talvez o clube seja já profissional, mas numa divisão menor.
Temos de tratar isso, saber como expor a imagem do Freamunde e criar um plano de marketing adequado para atrairmos publicidade além da região, porque isso é essencial. Temos de valorizar quem já apoia, mas porque é que o Freamunde não pode conseguir o apoio de uma grande marca que apoie o futuro?
– Estão à procura de um novo treinador para a equipa sénior?
Estamos à procura de um treinador com um perfil que vá de encontro com as ideias que temos para formar uma equipa vencedora. Mas o Carlos Santos vai continuar, a sua permanência foi a primeira coisa que quis assegurar e vai ser o nosso elo de ligação.
Quanto ao plantel, eu não sou jogador de futebol, deixo isso para quem tem conhecimento. Existem certas interferências que não são bem-vindas, uma delas é administração querer escalar.
– Qual o objetivo a longo prazo?
Quero agradecer o apoio que tenho. Embora seja uma pessoa considerada polêmica, eu jamais desisti. Sei que as pessoas esperam resultados, mas digo para aguardarem. Voltar ao lugar onde esteve é objetivo, sem dúvida, mas também que permaneça e possa chegar a lugares mais altos.