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Arnaldo Antunes, o músico e poeta brasileiro que é homenageado na edição de 2024 do festival literário Escritaria, já chegou a Penafiel.

O festival, que decorre até dia 27 de outubro, arrancou esta segunda-feira, no Recreatório Paroquial de Penafiel, num momento protagonizado por Alberto Santos e a vereadora Daniela Oliveira, durante o qual foi apresentada uma revista, dedicada à edição de 2023 que celebrou a obra de Miguel Esteves Cardoso.

“A Escritaria é sempre surpreendente, apesar de no seu formato ter uma tradição que se vai mantendo, ela vai surpreendendo por ser diferente naquilo que é o inspirador de cada edição. Não há autores ou artistas iguais, cada um traz a sua atmosfera, a sua criatividade e a sua criação e, este ano, será totalmente diferente dos outros anos”, referiu Alberto Santos.

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Arnaldo Antunes é o primeiro autor brasileiro a ser homenageado no âmbito do festival. “E traz-nos uma atmosfera muito rica porque não vem só trazer os seus poemas e vem também trazer as suas canções e todo o seu universo criativo”, acrescentou Alberto Santos, certo de que “faltava no Escritaria” este ângulo, “da interpretação da língua portuguesa no Brasil”.

Ao longo destes dias, foi inaugurada a exposição “Pela janela do olhar”, uma coleção de retratos dos homenageados do Escritaria, da autoria da artista plástica-pintora, Mafalda Rocha, que está patente no Ponto C.

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Foi também apresentado o livro “O peso das palavras”, que deu o mote para a conversa entre Luísa Sobral e os alunos do primeiro ciclo das escolas de Penafiel. Um momento animado sobre a importância das palavras e que teve direito a música Sobral.

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No mesmo dia, o Recreatório Paroquial de Penafiel promoveu a exibição do documentário “Com a palavra, Arnaldo Antunes”, de Marcelo Machado, um filme poético sobre a obra do autor homenageado do Escritaria.

Esta quarta-feira, será a vez do rapper Mundo Segundo falar com os alunos, desta feita do secundário, sobre o poder da escrita. Às 21.30h será a vez da cantautora Márcia conversar sobre a relação entre a sua música e a poesia.

Marisa Monte participará no dia 24 de outubro pelas 22h, numa conversa-concerto moderada por Valter Hugo Mãe e Tito Couto. A autora de “Infinito particular” fará uma viagem pela relação artística e pessoal com o homenageado deste ano. Umas horas antes, pelas 18.30h Mia Couto apresentará o seu mais recente romance “A cegueira do rio”.

No dia seguinte será a vez de Adriana Calcanhotto subir ao palco para participar no concerto de Arnaldo Antunes, pelas 21.30h. No sábado, pelas 16h, Adriana Calcanhotto regressa ao palco, ao lado de Jorge Reis-Sá, para apresentar o livro “Quase tudos” que reúne praticamente toda a obra poética do autor de “Agora aqui ninguém precisa de si”.

A tarde de sábado prossegue com um debate com um caráter mais político, estabelecendo pontes entre o fim da ditadura brasileira e o boom do pop-rock no país da bossa nova, com a participação de Hérica Marmo e Ivan Lima Cavalcanti.

O dia só termina com um debate sobre a relação entre a música e a poesia, com a participação de Martim Sousa Tavares, Samuel Úria e Mafalda Veiga, pelas 18.30h, e às 21.30h uma entrevista de fundo a Arnaldo Antunes.

No último dia do Escritaria, 27 de outubro, será apresentada a performance “Pequeno abismo”, de Márcia Xavier, pelas 15h, a que se segue um debate sobre a capacidade de resistência da poesia com duas figuras icónicas da poesia na música pop-rock portuguesa, Adolfo Luxúria Canibal e Rui Reininho.

O encerramento fica por conta do espetáculo de Arnaldo Antunes e do pianista Victor Araújo intitulado “Lágrimas no mar”.

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