O Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portugueses serve para lembrar a herança do passado de séculos. É essa herança que nos permite, hoje, ter 280 milhões que têm como língua oficial o português.
Fomos e somos um país de emigrantes. Que souberam ter sucesso lá fora. Não o teriam cá, pois o nosso país nunca soube (nem sabe…) permitir a muitos o sucesso dos que tem ambição e se agarram ao trabalho.
Mas hoje, somos também um país de imigrantes. São cerca de 750 mil os que procuraram Portugal para viver. A grossa maioria vem dos países que falam português. Africanos e brasileiros, essencialmente.
Compreende-se. A língua facilita muito.
Daqui a meio século, portugueses originários seremos perto de seis milhões. Significa que precisamos dos povos que procuram o nosso país para viver.
Temos a obrigação de sermos a casa desses povos que falam português. Onde se sintam bem recebidos. Por força da nossa história e pela realidade do presente. E do nosso futuro.
Por isso, vi com satisfação a decisão do ministro José Luís Carneiro de decidir facilitar o acesso ao estatuto de residentes de cerca de 130 mil desse povo, que aguardavam há demasiado tempo. E aplaudo a nova legislação que facilita o acesso a esse estatuto. É a assunção de que estamos abertos para receber esses cidadãos oriundos de países que falam a nossa língua. E respeitá-los como irmãos.