Prestes a completar um mês desde a primeira invasão à Ucrânia, continua o cenário de guerra em proporções que parecem não abrandar, contabilizando-se quase um milhar de mortos, aproximadamente 1500 feridos civis e um rasto de destruição impensável, números que são os conhecidos e que podem estar aquém da triste e cinzenta realidade em que mergulha o território ucraniano.
Perante um ataque bárbaro e repugnante da Rússia, a Europa tem respondido com o apoio financeiro, humanitário e até de material de guerra, ajudando um povo que foi apanhado no turbilhão de uma vontade inútil e sem sentido e que teve de mudar de vida, para uma incerteza capaz de colocar famílias em suspenso.
Esta semana ficará marcada por uma importante cimeira da Nato, que não só pode perspetivar medidas adicionais de apoio nas suas diversas dimensões, como pode acrescentar novas ações com resultado no conflito armado e no posicionamento europeu face a uma situação que já não está assim tão distante, quanto aqueles momentos similares noutros territórios.
Por cá, Portugal parece uma vez mais afirmar-se como um país responsável que não vira a cara às dificuldades dos outros. Com disponibilidade para reforçar o acolhimento dos ucranianos, que já contam com uma significativa comunidade de 40 mil pessoas no nosso país, verificamos que as empresas estão sensíveis à necessidade de cooperar, apresentando mais de 20 mil ofertas de trabalho, a que se juntam as condições criadas pelo Estado português para o acesso facilitado aos serviços de educação, saúde, emprego e segurança social, que se reflete na adesão de aproximadamente 500 crianças às escolas portuguesas.
Este movimento solidário conta ainda com o esforço de mobilização da comunidade na angariação de bens essenciais que vão chegando à Ucrânia, por recurso a transporte gracioso cedido pelas empresas e particulares do ramo, do transporte de cidadãos que, em muitos casos, vêm para junto de outros familiares que já residem em Portugal, e da vontade de estar de portas abertas para quem precisa, porque efetivamente hoje são eles, mas amanhã (e noutras situações distintas) podemos ser também nós.
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