A guerra na Ucrânia e as sanções impostas à Rússia vão representar impactos a nível de custos para empresas do setor da madeira e mobiliário, sendo que os dois países estão entre os principais exportadores de matéria-prima no mundo.
“Ao nível do nosso setor, a Rússia exporta muita madeira para a Europa, tal como a Ucrânia e todos os países do Báltico. Se houver restrições à entrada, vai criar pressão na oferta e na procura de outros mercados. Por direta ou via indireta, há sempre um impacto no preço (…), já para não falar nas questões dos transportes, do risco, de mobilidade de pessoas”, afirmou o presidente da Associação das Indústrias de Madeira e Mobiliário de Portugal (AIMMP), Vitor Poças.
Outro potencial problema será, acrescentou, se “as indústrias italianas que exportam para a Rússia passarem a estar constrangidas ou terem medidas restritivas para a exportação e poderem vir a fazer concorrência noutros mercados onde estão as empresas portuguesas”.
Segundo o dirigente associativo, estes problemas são “uma bola de neve”, cujos impactos no setor ainda são desconhecidos, mas podem colocar em causa a recuperação do setor após a queda de exportações registada em 2020 devido à pandemia.
“O setor das indústrias de madeira e mobiliário é um caso de estudo positivo em Portugal. Cresceu 1.000 milhões de euros entre 2011 e 2019. Em 2021, apresentou um resultado histórico porque bateu o recorde alcançado em 2019 por mais um 1,6 milhões de euros acima daquilo que tinha em 2019″, somando 2.587 milhões de euros, disse à Agência Lusa o presidente da AIMMP.