O empresário Manuel Godinho apresentou-se voluntariamente no Estabelecimento Prisional do Vale do Sousa, na sexta-feira, para cumprir a pena de 12 anos de prisão a que foi condenado no âmbito do processo «Face Oculta».
Segundo informações avançadas pela imprensa nacional, o empresário de Ovar apresentou-se na sequência da emissão de um mandado de detenção e condução emitido pela juíza do processo. Agora, está agora submetido ao período de quarentena em Custóias e, após o isolamento, será transferido para o Estabelecimento Prisional do Vale do Sousa.
Em 2014, Manuel Godinho foi condenado a uma pena única de 17 anos e meio de prisão, por 49 crimes de associação criminosa, corrupção, tráfico de influência, furto qualificado, burla, falsificação e perturbação de arrematação pública.
Após recurso para o Tribunal da Relação do Porto, a pena foi reduzida para 15 anos e 10 meses. Depois de um novo recurso junto do Supremo Tribunal de Justiça, a pena foi novamente diminuída, desta vez para os 13 anos de prisão. O Tribunal de Aveiro declarou prescritos vários crimes pelos quais o empresário foi condenado, tendo reduzido a pena para 12 anos de prisão.
O ovarense foi o último arguido do processo «Face Oculta» condenado numa pena de prisão efectiva a entregar-se na cadeia. Há mais seis arguidos no mesmo processo que estão a cumprir pena de prisão, um deles o ex-presidente da REN, José Penedos, e o filho, Paulo Penedos.
Armando Vara, ex-ministro, foi condenado a cinco anos de prisão no âmbito do mesmo processo.Também esteve detido, mas saiu da prisão após cumprir metade da pena.
O processo «Face Oculta» começou a ser julgado há dez anos e está relacionado com uma alegada rede de corrupção que teria como objetivo o favorecimento do grupo empresarial do sucateiro Manuel Godinho em negócios com empresas do setor do Estado e privadas.
