O ano de 2021 representou recuperação e crescimento para o cluster do mobiliário. Segundo dados divulgados pela Associação Portuguesa das Indústrias de Mobiliário e Afins (APIMA), as exportações do setor aumentaram 12% comparativamente ao ano de 2020, marcado pelas restrições para controlo da pandemia de covid-19.
“Os resultados de 2021 marcaram uma dinâmica internacionalizadora de forte crescimento para este cluster. São um sinal claro de que os produtos nacionais da fileira casa continuam a ser cada vez mais valorizados internacionalmente. Os números apontam a uma tendência positiva para 2022, em que ambicionamos superar os níveis recorde de 2019, embora antecipando alguns efeitos da atual instabilidade social e geopolítica e da escassez e subida dos custos das matérias-primas“, afirma Joaquim Carneiro, presidente da APIMA.
No ano passado, abril e maio foram os meses que mais impulsionaram esta fileira, com subidas de 311% e 80%, respetivamente, face ao ano anterior.
Durante o primeiro semestre do ano, o mobiliário e afins gerou mais de 600 milhões de euros em vendas ao exterior, traduzindo-se, assim, “numa retoma do crescimento que estes setores têm desenhado na última década”, considera a APIMA.
No total anual, este cluster, que integra o mobiliário, a colchoaria, os assentos e outras atividades complementares, gerou 1,78 mil milhões de euros em vendas ao exterior, o que significa uma subida de 12% face a 2020 – um ano marcado por uma oscilação negativa do volume das exportações em resultado da pandemia.
O ano terminou “com nota positiva”, através de uma subida de 14% em dezembro face aos níveis de 2020, que abre “boas perspetivas para a internacionalização desta fileira em 2022”, considera a associação.
Os mercados em que o setor mais cresceu foram o americano e suíço, com crescimentos de 32% e 27%, respetivamente. O mercado francês continua a representar a maior quota de mercado do cluster, com mais de 1/3 do total, seguido por Espanha, com cerca de 26% das vendas ao exterior do setor.
Com a contribuição do aumento das exportações, o cluster do mobiliário e afins solidificou no ano passado a sua balança comercial. Este indicador aproxima-se dos 800 milhões de saldo positivo, representando uma taxa de cobertura das importações pelas exportações na ordem dos 176%.