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Exigência de Trás-os-Montes favorece futura Linha do Vale do Sousa

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Criação da Linha do Vale do Sousa pode ser alavancada pelas reivindicações do Nordeste Transmontano

Termina esta terça-feira a consulta pública do Plano Ferroviário Nacional (PFN), documento orientador da política ferroviária nacional para as próximas décadas e cujo execução planeada se pode estender até 2050.
As fortes reivindicações do Nordeste Transmontano para uma nova linha que ligue a região ao Porto e a Madrid são um grande argumento para a concretização da planeada Linha do Vale do Sousa que, desde Valongo prevê atravessar Gandra, Lordelo, Paços de Ferreira, Freamunde, Lousada e Felgueiras, ligando-a à futura Linha de Trás-os-Montes (Porto-Vila Real-Bragança).

A Linha do Vale do Sousa merece os seguintes considerandos no PFN. “A construção de uma nova linha suburbana ao longo do vale do Rio Sousa, entroncando com a Linha do Douro em Valongo e Servindo Paços de Ferreira e Felgueiras é uma hipótese que se tem vindo a consolidar com sucessivos estudos. Trata-se de um território onde vivem perto de 400 mil habitantes e uma concentração apreciável de indústria”.

No entanto, o investimento nesta nova linha para a região não é um dado adquirido, pois competirá com a possibilidade de se optar pela renovação da Linha do Douro. ““A articulação com esta nova linha deve, portanto, informar as decisões a ser tomadas sobre futuros investimentos na Linha do Douro ou na construção da Linha do Vale do Sousa, estudando-se a melhor configuração para a rede ferroviária no acesso ao Porto a partir de Este.”

Secretario de Estado diz que “não vai acontecer tão cedo

Bragança é único distrito do país sem qualquer via férrea e daí a pressão para que este plano seja aprovado e tenha implementação prioritária, sobretudo a ligação de alta velocidade a Espanha.
Ás reivindicações do nordeste transmontano, juntam-se as da Associação Vale d’Ouro esclarecendo que a nova via permitiria fazer a viagem Porto-Madrid em 2h45 (contra as 4h30 por Aveiro-Salamanca-Madrid), o que seria “uma grande revolução para Trás-os-Montes” e também a Associação para o Desenvolvimento Económico e Social (Sedes) exigiu que o traçado ferroviário Porto-Zamora-Madrid “seja considerado formalmente, de forma inequívoca“, no Plano Ferroviário Nacional. “Uma vez construída a linha Lisboa-Porto, a proposta Porto-Zamora-Madrid permite ligar diretamente ao TGV os dois maiores aeroportos do país e os seus maiores portos, o que representa um enorme avanço em termos de mobilidade de passageiros e de mercadorias“, argumenta a Sedes.

Apesar destes fortes argumentos, o Secretário de Estado das Infraestruturas, Francisco Frederico, já tratou de colocar água da fervura. “Não vai acontecer tão cedo como esperam, mas temos de trabalhar para que aconteça”, acrescentando que a ligação via Bragança “é uma possibilidade lógica”, mas não é garantido que aconteça.

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