O ex-líder do “gangue de Valbom”, Hélder Bianchi, foi absolvido pelo Tribunal de Penafiel no caso de um assalto milionário a um ourives, ocorrido em maio de 2017. Os outros arguidos que estavam acusados no mesmo processo também foram ilibados.
Para o Tribunal, não ficou provado que Hélder Bianchi, juntamente com dois cúmplices, tenha sido o autor de um assalto a um ourives, a quem levaram 119 mil euros, quando este saía de um banco, situado no centro de Penafiel.
Apesar de ter sido provado que o assalto ocorreu e que, durante este, o grupo disparou cinco tiros de metralhadora Kalashnikov na direção de um PSP que tentou travar assalto, segundo a juíza presidente não ficou provado que tenha sido Hélder Bianchi e Rodrigo Castro, um dos seus cúmplices, a praticar os factos, já que os assaltantes atuarem de cara tapada, com luvas e passa-montanhas. “O Tribunal não consegue chegar à autoria dos factos”, referiu a magistrada, recordando que nenhuma das testemunhas ouvidas durante o julgamento conseguiu identificar quem abordou o ourives, ou quem disparou contra o agente da PSP.
Para a decisão, pesou ainda o facto de ninguém ter conseguido identificar o carro usado no assalto, carro este que, segundo a acusação, tinha sido usado por Rodrigo Castro no dia anterior ao assalto e que foi depois encontrado incendiado num monte em Alfena. “Não foi possível de todo recolher qualquer elemento de identificação desse carro”, defendeu a juíza.
Apesar de reconhecer que se provaram “factos objetivos” e que o processo tinha questões suspeitas, a magistrada afirmou que “o Tribunal julga factos e não suspeitas” e, durante o julgamento, os elementos recolhidos “não permitiram ligar os arguidos ao que sucedeu”.