Arrancou esta quarta-feira o julgamento do antigo chefe dos guardas prisionais do Estabelecimento Prisional de Paços de Ferreira, José Coelho, que alegadamente introduziu estupefacientes e outros produtos na cadeia, em troca de dinheiro.
Ao seu lado no banco dos réus estão outros vinte arguidos, 18 dos quais reclusos – e três que são vistos como os responsáveis pelo esquema, que rendeu milhares de euros.
Apenas cinco arguidos demonstraram vontade em prestar declarações. Três foram ouvidos da parte da manhã desta quarta-feira, tendo negado quer as acusações de que eram parceiros dos responsáveis pelo esquema, quer o seu papel no processo, que alegadamente passava por esconder e distribuir droga.
Já os homens acusados de liderarem a rede de tráfico e José Coelho, ex-chefe dos guardas do estabelecimento prisional, afirmaram que vão prestar declarações apenas após ouvirem os depoimentos dos outros arguidos.
Esquema de introdução de droga na cadeia de Paços de Ferreira rendeu milhares de euros
Segundo a acusação, José Coelho representou um papel essencial no esquema de introdução de droga e outros bens no Estabelecimento Prisional de Paços de Ferreira.
Tirando proveito da sua posição de chefe dos guardas prisionais (entre maio de 2012 e novembro de 2019), e da consequente liberdade de movimento e facilidade de acesso a todas as áreas do estabelecimento, o arguido terá recebido dezenas de quilos de droga, telemóveis e cartões de memória de parceiros dos cabecilhas, que entregava a reclusos para venda no interior da cadeia.
Pelo seu papel no esquema, o antigo responsável é acusado de ter recebido uma percentagem do dinheiro proveniente das vendas, que eram feitas por reclusos.
José Coelho é ainda acusado de ter recebido ainda milhares de euros de outros reclusos, bem como de introduzir droga e telemóveis na cadeia.