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Em tempos de confinamento, o consumo de vinho aumentou “acentuadamente”

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O confinamento devido à pandemia de Covid-19 levou a um “aumento acentuado” no consumo de vinho em Portugal, apontou um estudo lançado pela Associação Europeia de Economistas do Vinho (EuAWE).

O estudo quis perceber “de que forma o confinamento, durante a pandemia, afetou o comportamento dos consumidores de vinho” em Portugal, Espanha, França e Itália. Para tal, 6.600 pessoas responderam a um questionário online sobre o seu consumo de bebidas alcoólicas.

E os resultados são transversais aos quatro países: o consumo de vinho aumentou “acentuadamente” com o confinamento, enquanto a cerveja e bebidas espirituosas caíram. O maior consumo ocorreu na classe etária dos 30 aos 50 anos, com menor intensidade nos jovens.

Além da idade, outros fatores pesaram no consumo durante o confinamento, como o rendimento e não ter crianças no agregado familiar.

Em Portugal, o estudo teve a participação do investigador João Rebelo, da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) e contou com 1.699 respostas.

A análise dos dados revelou que 36% dos inquiridos portugueses passou a consumir vinho mais frequentemente durante o período de confinamento e que as compras físicas caíram, com preferência do uso do stock pessoal ou compras online, que 5,2% dos portugueses experimentaram pela primeira vez.

Contudo, os responsáveis pelo estudo realçam, em comunicado, que os resultados não pretendem “ser representativos da população dos países estudados, mas corresponder, sobretudo, à população de consumidores de vinho e de outras bebidas alcoólicas”.

Ansiedade gerada pela pandemia impulsionou consumo, mas despesa com álcool diminuiu

“Foi verificado no estudo que a ansiedade gerada pela pandemia foi fator impulsionador do consumo de bebidas alcoólicas em todos os países”, é possível ler no comunicado.

Além do medo do vírus, os inquiridos revelaram um receio “muito forte” das consequências económicas da pandemia, que aliado à solidão do confinamento e ao desemprego, teve impacto “no aumento da frequência do consumo de bebidas alcoólicas”.

Contudo, de acordo com o estudo do EuAWE, ainda que o consumo de álcool tenha aumentado durante o período de confinamento, assistiu-se a uma redução das despesas em bebidas alcoólicas.

“Os resultados mostram uma redução das despesas em bebidas alcoólicas, especialmente em bebidas espirituosas. Também o preço médio de compra do vinho diminuiu significativamente”, refere o comunicado.

De acordo com o estudo internacional, cerca de 70% dos inquiridos consideraram essencial “favorecer a compra de vinho local” neste tempo de pandemia.

Uma das conclusões do estudo foi que a situação traz uma “eventual mudança no comportamento e hábitos dos consumidores”, para a qual o setor deve estar atento.

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